Projeto DiverSea estuda ecossistemas marinhos com tecnologia de ponta

Christina Genet
O projeto conduzido pelo INEGI e pela Universidade do Porto pretende promover o cumprimento dos objetivos de conservação marítima através dos dados recolhidos.
Entre abril e maio de 2025, o Parque Marinho Professor Luiz Saldanha na Península de Setúbal foi alvo de duas campanhas de investigação sobre os seus ecossistemas subaquáticos. Investigadores do Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI) e da Universidade do Porto, em parceria com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), desenvolveram sistemas autónomos para estudar esta área marinha protegida, no âmbito do projeto DiverSea, cofinanciado pela União Europeia.
A primeira parte do projeto teve como objetivo a caracterização do ecossistema através da utilização de novos sistemas de amostragem e de drones equipados com uma câmara e tecnologia LiDAR. As imagens geradas permitiram o mapeamento da biodiversidade da área protegida e a observação de pradarias marinhas nesta zona. Segundo João Borges de Sousa, diretor de Sistemas e Tecnologia Subaquática do INEGI, o estudo representa um passo importante “para o cumprimento dos objetivos de conservação da biodiversidade nestas áreas”.
Uma plataforma digital para apoiar decisores políticos
A segunda campanha de investigação combinou tecnologias subaquáticas e aéreas para permitir o mapeamento integrado dos dois espaços. Além de um drone, o sistema integrou um veículo autónomo subaquático equipado com um sonar de varredura lateral e uma câmara. O foco desta parte do projeto foi o mapeamento detalhado da Praia dos Coelhos e da zona protegida. Neste segundo passo, os investigadores conseguiram recolher informação sobre a classificação de habitats e a identificação de espécies marinhas.
Os dados recolhidos serão integrados em repositórios europeus de acesso livre. Será também criada uma plataforma digital capaz de visualizar os principais indicadores ambientais e socioeconómicos dos casos de estudo. A plataforma poderá ser usada por cientistas, gestores e decisores políticos e visa assim apoiar a tomada de decisões políticas baseadas em evidências.
A próxima campanha de investigação está prevista para setembro de 2025 e integrará um novo protótipo de amostrador passivo de ADN ambiental, utilizado em combinação com um drone.
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