Prevenção e controlo da doença dos legionários

A Doença dos Legionários (DL) é contraída por inalação de aerossóis contaminados por Legionella. A Legionella é uma bactéria que pode colonizar sistemas de distribuição de água, sistemas de climatização, como torres de arrefecimento, e equipamentos recreativos como os jacúzis e outros equipamentos (PVSDL -ARSLVT, 2018).
Em Portugal, o maior surto de DL ocorreu em 2014, em Vila Franca de Xira, tendo registado cumulativamente 375 casos de pneumonia provocada pela bactéria Legionella pneumophila. Verificaram-se 12 óbitos. Ficou demonstrada a correspondência da estirpe de bactérias isoladas numa das torres de arrefecimento de uma unidade industrial local com a estirpe identificada em secreções brônquicas de doentes (DGS, 2014). Entende-se por surto a ocorrência de dois ou mais casos com critério clínico de DL em que o aparecimento da doença está intimamente ligado no tempo e no espaço, designadamente onde há suspeita ou evidência de uma fonte comum de infeção, com ou sem confirmação laboratorial (DGS, 2022).
Estima-se que a espécie Legionella pneumophila seja o agente etiológico responsável por aproximadamente 90 % dos casos de doença reportados (CDC, 2022). A Legionella pneumophila é uma bactéria pertencente ao género Legionella.
De acordo com o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), 9 em cada 10 das investigações epidemiológicas realizadas evidenciaram que a maioria dos surtos foram causados por problemas que se podem prevenir, nomeadamente com um eficaz plano de prevenção e controlo de desenvolvimento de proliferação da bactéria Legionella. (CDC,2022).
Numa perspetiva de saúde pública sobre prevenção e controlo da DL, importa abordar o enquadramento legal em vigor e a sua aplicação pelos diversos intervenientes. (...)
Por Sónia Cristina Redondo Caeiro, engenheira sanitarista; Departamento de Saúde Pública; Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, IP
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