O papel da electrificação no futuro da descarbonização em Portugal

O porquê da descarbonização

Desde a Revolução Industrial que o crescimento económico mundial e o desenvolvimento da sociedade têm vindo a ser suportados pela queima massiva de combustíveis fósseis. Todavia, estes têm contribuído para um aumento da concentração dos gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera, provocando o aquecimento do planeta e causando as alterações climáticas.

A concentração de GEE na atmosfera conduziu a um aumento da temperatura de 1 °C desde 1880 e se este continuar ao ritmo atual, o planeta atingirá um aumento superior a 3 °C no final do século (IPCC, 2018[1]), com consequências avassaladoras. Um aumento da temperatura média global do Planeta até 1.5 °C face aos valores registados na época pré-industrial é identificado pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas como o limite máximo aceitável para que os efeitos das alterações climáticas não atinjam dimensões “catastróficas” (IPCC, 2018). Para tal, é necessária uma redução drástica das emissões de GEE assente no objectivo da neutralidade carbónica por volta da metade do século.

Em 2016, durante a 22ª Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, e um ano depois da assinatura do Acordo de Paris[2], o Estado português estabeleceu o compromisso ambicioso da neutralidade carbónica para Portugal até 2050, tornando o país num dos pioneiros neste objectivo. Desde então, muitos outros países assumiram metas de descarbonização semelhantes.

O papel da electrificação

A combustão de energia fóssil contribui actualmente com cerca de dois terços das emissões globais de GEE (IEA, 2020[3]). Em Portugal, 83% das emissões de GEE provêm do sistema energético e dos processos industriais (Agência Portuguesa do Ambiente). Sendo a principal fonte de emissão de GEE, exige-se ao sistema energético uma rápida e eficaz transformação na forma como a energia é fornecida, transformada e utilizada. (...)

Patrícia Fortes, investigadora auxiliar CENSE/ Universidade NOVA de Lisboa, Luís Dias, investigador (aluno de doutoramento) CENSE / Universidade Nova de Lisboa, e Sofia Simões, coordenadora Unidade de Economia de Recursos / LNEG

Artigo completo na Indútria e Ambiente nº125 nov/dez 2020

 

[1]IPCC, 2018. Global Warming of 1.5°C. Intergovernmental Panel on Climate Change

[2]O Acordo de Paris estabeleceu o objetivo de limitar o aumento da temperatura média global a níveis substancialmente abaixo dos 2ºC acima dos níveis pré-industriais e prosseguir esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC.

[3]IEA, 2020. Energy Tecnhology Perspectives. International Energy Agency. Paris

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