"Os humanos dependem muito dos ecossistemas naturais" - Carlos Moedas

O Comissário Europeu para a Investigação, Inovação e Ciência, Carlos Moedas, reiterou que “os humanos dependem muito dos benefícios dos ecossistemas naturais”, tanto para o acesso a alimentos, como à água potável, remédios ou até mesmo oxigênio para respirar.

Carlos Moedas discursou a propósito da abertura oficial da Green Week – iniciativa promovida pela Comissão Europeia sobre políticas ambientais a nível europeu – que se estende até ao dia 22 de outubro com diversos eventos ‘online’.

Para o comissário e engenheiro, quanto mais biodiversidade perdemos, mais fracos se tornam os ecossistemas, comprometendo o fornecimento de tais elementos vitais para a humanidade.

Salientando que a biodiversidade é o sistema mais vital do planeta, o engenheiro afirmou que além da “nossa obrigação moral de proteger a vida selvagem e os ecossistemas naturais”, os argumentos centrados no homem estão à vista de todos:

Em primeiro, a vida selvagem apoia ecossistemas, e sem ecossistemas saudáveis não há vida, dando como exemplo que sem plantas não haveria oxigênio, ou que sem abelhas para polinizar, não haveria frutos ou nozes.

Em segundo, manter ecossistemas biodiversificados é extremamente importante para a saúde humana, existindo inúmeras relações entre a destruição da biodiversidade e as doenças humanas.

“Os vírus associados a morcegos surgiram devido à perda dos seus habitats devido à desflorestação e à expansão agrícola. Queremos os morcegos nos seus habitats para que possam comer insetos que transmitem doenças”, reiterou Carlos Moedas.

Em terceiro, a “biodiversidade é uma parte essencial da solução para as mudanças climáticas”, sendo que “as florestas e os ecossistemas costeiros são enormes sumidouros de carbono e amortecedores naturais eficazes para eventos climáticos extremos causados pela crise climática”.

“O aumento de um grau Celsius na temperatura reduzirá a produção global de trigo em cerca de 7 por cento”, alertou o engenheiro.

Os ecossistemas naturais suportam uma ampla gama de atividades económicas e culturais, estimando-se que metade do Produto Interno Bruto mundial dependa da natureza. “Estamos a falar de 44 trilhões de euros que estão expostos à perda da natureza”.

Para Carlos Moedas, a filantropia pode desempenhar um papel importante na luta contra a crise da natureza, “nomeadamente no combate às principais forças da perda de biodiversidade, como as alterações no uso do solo e do mar, as alterações climáticas e a sobreexploração dos recursos naturais”.

Newsletter Indústria e Ambiente

Receba quinzenalmente, de forma gratuita, todas as novidades e eventos sobre Engenharia e Gestão do Ambiente.


Ao subscrever a newsletter noticiosa, está também a aceitar receber um máximo de 6 newsletters publicitárias por ano. Esta é a forma de financiarmos este serviço.