O caminho difícil para emissões globais zero de carbono em 2050

É importante para o futuro da civilização humana atingir a descarbonização da economia mundial o mais cedo possível, preferencialmente em 2050. É factível, mas será difícil. Começo esta brevíssima análise no início deste século, em 2001, quando foi publicado o 3º Relatório do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas). Nesse ano, de 16 a 27 de julho realizou-se, em Bona, a segunda parte da Conferência das Partes (COP 6) da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, continuação da que teve lugar em Haia no ano anterior. Estive presente em ambas e recordo-me do que então se discutia. Em 2001 a concentração atmosférica de CO2 era 371 ppmv (partes por milhão em volume) enquanto em 16 de maio de 2021 foi ligeiramente superior a 419 ppmv. Note-se que o valor pré-industrial da concentração de dióxido de carbono (CO2) foi 280 ppmv, de modo que em 2021 vamos atingir um aumento de 50% relativamente a esse valor.

Insisto na concentração atmosférica de CO2 porque é ela que determina diretamente o forçamento radiativo que intensifica o efeito de estufa na atmosfera terrestre e provoca as alterações climáticas. Estas caracterizam-se pelo aumento da temperatura média global da atmosfera à superfície (aquecimento global), pela maior frequência e intensidade de eventos meteorológicos extremos e pela subida do nível médio global do mar, entre outras consequências. Claro que não é apenas o problema das emissões de CO2, há que considerar também as de metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e de outros gases com efeito de estufa (GEE), mas o CO2 é o que mais contribui para o forçamento radiativo.

No referido 3º Relatório do IPCC há uma figura que, nessa altura, me surpreendeu e é aqui reproduzida. (...)

Artigo completo na Indústria e Ambiente nº128 mai/jun 2021

Filipe Duarte Santos

Autor da coluna Alterações Climáticas / Presidente do CNADS

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