Modelação do risco de erosão como apoio à gestão florestal pós incêndio
Os incêndios florestais têm sido considerados como uma das principais causas, se não a principal, da alteração das condições hidrológicas e geomorfológicas em áreas florestais em todo o mundo (Shakesby et al., 2006). Os efeitos dos incêndios não só implicam a remoção da vegetação e da folhada, como alteram as propriedades físico-químicas dos solos, mas também, e dependendo da sua severidade, levam à redução da infiltração da água no solo, resultando num aumento do escoamento superficial e da erosão.
As alterações provocadas pelos incêndios, quando combinadas com condições climáticas favoráveis, podem contribuir negativamente para o balanço de carbono e fertilidade do solo (Santín et al., 2015), deterioração da qualidade da água, bem como potenciar a poluição dos habitats aquáticos a jusante da área ardida (Campos et al., 2015). Os impactos dos incêndios podem ser ainda maiores para a população residente nas áreas afetadas, uma vez que o aumento de escoamento e erosão após o incêndio pode resultar em danos catastróficos devido ao elevado risco de inundações e derrocadas.
D. C. S. Vieira , S. Corticeiro, A. R. Lopes, J. P. C. Nunes, R. Neves, J. J. Keizer
Artigo publicado na edição nº112 da IA
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