A inteligência artificial e as alterações climáticas

FOTO GOOGLE DEEPMIND/ UNSPLASH

Há duas forças poderosas atualmente no mundo, da responsabilidade humana, que têm uma natureza global e interferem profundamente com o futuro da humanidade – a inteligência artificial (IA) e as alterações climáticas (AC). Curiosamente também interferem uma com a outra de formas por vezes surpreendentes.

A IA resultou do grande desenvolvimento das Tecnologias da Informação e Computação e as suas origens estão associadas a um artigo intitulado “Computing Machinery and Intelligence” que Alan Turing publicou em 1950 na revista Mind. Em 1956, John McCarthy propôs o nome IA. Na década de 1990, a investigação em IA passou a centrar-se na aprendizagem automática em que os sistemas aprendem a lidar com os dados para atingirem objetivos em lugar de utilizarem uma programação baseada em regras fixas introduzidas pelo programador. A partir da década de 2010 o desenvolvimento da IA tornou-se explosivo com os avanços nas redes neuronais profundas que conduziram a melhorias drásticas na capacidade para processar todas as espécies de dados, incluindo imagens, discursos e textos, superando os métodos tradicionais. 

Em 2016 houve uma transição cultural significativa, quando o AlphaGo da Google DeepMind derrota o campeão mundial de Go, o sul-coreano Lee Sedol, a partir do célebre lance 37. O AlphaGo foi concebido para jogar Go, um jogo de tabuleiro estratégico chinês em que dois jogadores tentam vencer o adversário cercando e capturando território. Desde há 2500 anos que se desenvolvem novas estratégias de jogar Go cada vez mais sofisticadas, mas o lance 37 era incompreensível para Lee Sedol e para os que seguiam o jogo. Apesar disso AlphaGo venceu, porque a mente humana se revelou incapaz de conhecer algumas das estratégias que conduzem à vitória no Go, em particular a que o AlphaGo utilizou. Foi a prova eloquente de que a IA deixara de ser simplesmente artificial para se tornar uma tecnologia autónoma, insondável e, por isso, estrangeira face ao Homo sapiens que a criou. (...)

Leia o artigo completo na Indústria e Ambiente nº 148, setembro/ outubro 2024

Filipe Duarte Santos

Autor da coluna Alterações Climáticas / Presidente do CNADS

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