Lançada iniciativa de restauro ecológico de larga escala

A iniciativa Re-Store Portugal, promovida pela WWF Portugal, tem o objetivo de investir 1.8 milhões de euros em cinco anos no restauro da natureza
A WWF Portugal lançou, a 22 de outubro, a iniciativa Re-Store Portugal, com o objetivo de restaurar a natureza do país, prevendo um investimento inicial de 1.8 milhões de euros em cinco anos em três áreas geográficas - Parque Nacional da Peneda-Gerês, Serra do Caldeirão e Estuário do Tejo.
“Restaurar a natureza é reforçar a infraestrutura natural do país – aquela que sustenta silenciosamente a nossa economia, a saúde pública e o bem-estar coletivo. Portugal tem tudo para liderar este esforço coletivo, se souber valorizar os seus recursos naturais com ambição e visão estratégica”, afirma, em comunicado, Ângela Morgado, Diretora Executiva da WWF Portugal.
A organização sem fins lucrativos identificou, com base num estudo abrangente sobre áreas a restaurar no nosso país em terra e no mar, nove áreas prioritárias (Parque Nacional da Peneda Gerês, Ria de Aveiro, Serra da Estrela, Serra de Aires e Candeeiros, Tejo, Estuário do Tejo, Vale do Guadiana, Serra do Caldeirão e Ria Formosa) para restauro no país e arranca com ações em três destas áreas – Parque Nacional da Peneda-Gerês, Serra do Caldeirão e Estuário do Tejo. A escolha de três áreas para intervenção inicial deve-se à necessidade de garantir qualidade, impacto e sustentabilidade.
A iniciativa prevê ações de restauro ecológico que pretendem salvaguardar os ecossistemas e espécies ainda presentes no território nacional, bem como restaurar habitats degradados e promover a regeneração da biodiversidade, envolvendo a comunidade local e os cidadãos em geral. A Re-Store Portugal inclui ainda ações de educação ambiental junto das comunidades e uma campanha nacional de sensibilização para a causa do restauro ecológico.

O Re-Store Portugal surge como resposta estratégica à Lei do Restauro da Natureza da União Europeia, que impõe a todos os Estados-Membros a recuperação de pelo menos 20 % das áreas degradadas até ao final da década. Em Portugal, esta meta representa uma oportunidade de inovação, financiamento e envolvimento social. Com base científica, ação local e visão nacional, a iniciativa visa contribuir de forma concreta para os objetivos europeus e nacionais, enquanto se prepara também o Plano Nacional de Restauro da Natureza, que o Governo tem de submeter à Comissão Europeia até setembro de 2026.
A campanha de mobilização associada ao projeto propõe uma nova forma de apoiar a natureza: simples, emocional e acessível. Através de uma plataforma digital com o visual de uma loja online, qualquer pessoa poderá “comprar futuro” ao colocar no seu carrinho de compras ações de restauro. A WWF está também a convidar várias empresas a contribuir para esta iniciativa, investindo na natureza e, assim, contribuindo para salvaguardar a base do seu negócio.
O Lidl Portugal é o parceiro impulsionador desta primeira fase, tendo financiado com cerca de 100 mil euros o estudo de viabilidade que permitiu identificar e mapear as áreas geográficas prioritárias, a construção da plataforma e o arranque da campanha. Através de uma iniciativa que conta com o envolvimento dos seus clientes, a insígnia irá contribuir para o restauro das áreas abrangidas pelo estudo de viabilidade, aliando esforços nacionais com metas europeias.
A iniciativa prevê o envolvimento de outras empresas e entidades ao longo do percurso, num esforço partilhado que reflita a liderança nacional.
O ICNF - Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade, APA - Agência Portuguesa do Ambiente, a Grace e o BCSD Portugal apoiam igualmente a iniciativa.
Outros artigos que lhe podem interessar