Importância dos Materiais na Transição Energética

  • 31 dezembro 2020, quinta-feira
  • Energia

A transição para uma economia de baixo carbono implicará um aumento considerável da implementação de tecnologias verdes, como por exemplo energias renováveis ou veículos elétricos, que estão no centro dos objetivos de desenvolvimento sustentável e das metas do Acordo de Paris. Essas tecnologias são caracterizadas por uma densidade energética mais baixa, em comparação com as associadas aos combustíveis fósseis. A transição tecnológica exigirá o recurso a uma maior quantidade e diversidade de materiais. Por exemplo, para evitar que a temperatura global ascenda mais de 2ºC, o consumo de minerais críticos, tais como grafite, lítio e cobalto, que são requeridos para fomentar as tecnologias limpas, terá de aumentar em mais de 450% até 2050. Por outro lado, não pode perder-se de vista de que a sociedade continuará a requerer minerais para outros usos e setores no futuro.

É necessária uma visão mais abrangente da transição energética, na qual também estão incluídos materiais que podem passar despercebidos a muitos. Os benefícios obtidos de um desenvolvimento tecnológico, numa perspetiva de ciclo de vida, de uma única dimensão (por exemplo, consumo de energia) podem ser correlacionados com deficiências em outras (por exemplo, procura de materiais). Por isso, será importante incorporar estratégias de materiais sustentáveis como um complemento às políticas e práticas de eficiência energética ou energias renovaveis. Outro elemento fundamental a promover é o planeamento antecipado dos riscos associados ao fornecimento de materiais.

O ciclo de vida dos materiais: da extração à disposição final

O uso anual de recursos a nível global atingiu quase 90 mil milhões de toneladas métricas em 2017. Se os modelos económicos e industriais atuais não forem alterados, esse número pode mais do que duplicar até 2050, a fim de fornecer serviços importantes, como habitação, mobilidade, alimentação e acesso à água. Esse crescimento é normalmente acompanhado por uma mudança na extração de materiais de países desenvolvidos para países em desenvolvimento. Destes materiais, entre 160 e 170 milhões de toneladas por ano de produtos minerais, incluindo alumínio, cobre e índio, serão necessários para atingir os cenários de mitigação das mudanças climáticas. (...)

Em colaboração com Kai Whiting, investigador Postdoc FNRS, Universidade Católica da Lovaina, Bélgica

Artigo completo na Indútria e Ambiente nº125 nov/dez 2020 

Luis Gabriel Carmona

Investigador

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