Gestão das albufeiras em situações de seca e cheias
A gestão das albufeiras assume-se como um tema proeminente com a construção de infraestruturas que fazem a retenção de água e que permitem a sua utilização em períodos diferenciados, dependendo das necessidades e dos seus fins.
É um assunto crítico, que a realidade vivida, principalmente em anos secos, torna absolutamente atual. De facto, a construção destas infraestruturas, vulgarmente apelidadas de aproveitamentos hidroelétricos (AH) possibilita a minimização dos impactos causados quer pelo excesso de precipitação, quer pela sua escassez.
É a partir do início da década de 50 que se assiste a um forte desenvolvimento da produção hidroelétrica, com a construção dos AH nas bacias dos rios Cávado, Zêzere, Tejo e do troço internacional do rio Douro.
Ao longo dos anos, foram inúmeras as transformações cujo propósito era a procura incessante e constante de padrões de melhoria e de eficiência operacional. A operação dos AH iniciou-se com processos manuais e lentos,
evoluindo para a situação atual, de uma gestão automatizada e centralizada.
Atualmente, as centrais hidroelétricas do Grupo EDP em Portugal são operadas a partir de uma única localização, o Centro de Telecomando das Centrais Hidroelétricas (CTCH). É nesta instalação que as centrais são operadas
e monitorizadas. Cabe também ao CTCH a monitorização dos níveis das albufeiras e o controlo dos órgãos de segurança das barragens.
A existência desta instalação de telecomando apresenta as seguintes vantagens:
- Otimização da operação (vigilância e controlo) das centrais, dado que recebe e analisa os alarmes das instalações;
- Visão global das cascatas das diferentes bacias hidrográficas, permitindo assim uma gestão integrada, por exemplo no controlo de afluências elevadas (cheias);
- Interlocutor único para as diversas entidades externas (Autarquias, APA, REN, etc.) no que concerne quer à gestão de cheias, quer ao tratamento de pedidos de condicionamentos de exploração;
- Unificação e uniformização da informação de exploração;
- Otimização dos recursos.
Autores: Hélder Teixeira (EDP Produção, Direção Otimização e Gestão Ativos Hídricos), Jorge Ferreira (EDP Produção, Direção Otimização e Gestão Ativos Hídricos)
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