Molécula para substituir o estireno
Uma equipa da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) desenvolveu uma molécula quase totalmente natural para substituir o estireno, um derivado do petróleo usado na indústria naval, automóvel, embalagens e vestuário, que apresenta elevada toxicidade. A investigação em causa valeu, inclusivamente, a capa da revista Green Chemistry.
Os coordenadores do estudo, Ana Fonseca e Arménio Serra, afirmam que «há muito que a comunidade científica estuda uma alternativa ao estireno, um composto considerado tóxico e bastante nocivo para o ambiente e para o ser humano, tendo sido classificado como agente carcinogénico. Até aqui, as tentativas de substituição do estireno não se mostraram satisfatórias essencialmente por não assegurarem as melhores propriedades do material final.»
O maior desafio da investigação foi, de acordo com um comunicado da universidade, desenvolver uma molécula com base em produtos naturais, que possa ser utilizada nas mesmas funções do estireno e que após os mesmos tratamentos possibilite a obtenção de materiais com as mesmas propriedades mecânicas e térmicas.
A nova molécula tem por base o «sobrerol, um composto de estrutura cíclica, que pode ser obtido a partir da transformação de materiais extraídos da resina do pinheiro. A preparação do sobrerol envolve também a utilização de dióxido de carbono (CO2) como matéria-prima, sendo uma importante mais-valia sob o ponto de vista ambiental», descreve Ana Fonseca.
Para que a nova molécula garantisse as mesmas propriedades e características finais em tudo semelhantes às do estireno, a equipa teve de modificar o composto de sobrerol através de reações específicas de engenharia molecular.
Apesar do impacto que esta molécula poderá vir a ter na indústria, os investigadores salientam a necessidade de «efetuar os necessários estudos de desenvolvimento tecnológico para a sua aplicação».
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