ERSE: Investimento nas redes de gás deve ser prudente

O presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), Pedro Verdelho, defendeu que os investimentos na rede de transporte de gás devem ser feitos com prudência e realçou que estas devem ser adaptadas para gases renováveis.

“As necessidades de gás tenderão a diminuir e, portanto, esta questão de investimento nas redes de gás deve ser efetuada com prudência”, afirmou Pedro Verdelho, apontando que aquelas redes “devem estar preparadas para receber” gases renováveis, como biogás e hidrogénio.

O responsável da entidade reguladora falava numa audição conjunta da ERSE, REN – Redes Energéticas Nacionais e Direção-Geral e Energia e Geologia (DGEG), na Assembleia da República, sobre a aprovação do Plano de Desenvolvimento e Investimento da Rede de Transporte para a eletricidade e para o gás.

Pedro Verdelho lembrou que o parecer da ERSE sobre os planos alertou para a necessidade de “mais prudência” nos investimentos no setor do gás natural, devido ao processo de descarbonização, que passa pela eletrificação, ao passo que, no caso da eletricidade, “as incertezas são menores”, diminuindo o “risco para a pressão tarifária”.

Já o presidente da REN, Rodrigo Costa, destacou que as preocupações no setor da eletricidade prendem-se essencialmente com a rede de transporte em muito alta e alta tensão e, no gás natural o plano prevê projetos relacionados com a introdução de hidrogénio nas infraestruturas.

Para o diretor-geral de Energia e Geologia, João Bernardo, o “gás vai ter um papel fundamental na transição energética”, com infraestruturas que sejam compatíveis com mistura de gases renováveis.

“Continuo a achar que, mesmo do ponto de vista da segurança de abastecimento, um país depender apenas de um vetor energético – eletricidade – deixa-nos numa situação de vulnerabilidade”, defendeu o responsável da DGEG, manifestando-se favorável à construção de mais cavernas nas minas de sal-gema em Carriço, concelho de Pombal, onde é feito o armazenamento subterrâneo de gás natural.

Quanto aos processos de licenciamento para projetos de hidrogénio, João Bernardo adiantou que estão atualmente registados na DGEG 30 produtores, mas alertou para a necessidade de reforçar o número de trabalhadores.

A proposta de Plano de Investimento na Rede Nacional de Transporte de Eletricidade (PDIRT-E) para 2022-2031 prevê um investimento de 831,2 milhões de euros, mais 12 por cento face ao inscrito da proposta de 2019.

Este valor acresce aos 197,4 milhões de euros aprovados no PDIRT-E 2017 para realizar no mesmo período, bem como a um montante de 438 milhões de euros de outros investimentos já validados pelo concedente fora daquele PDIRT-E.

O parecer do regulador dos serviços energéticos, que incidiu fundamentalmente no investimento de 392 milhões de euros cuja realização está prevista entre 2022 e 2026, foi enviado à DGEG e ao operador da rede.

A aprovação do PDIRT-E 2021 cabe ao membro do Governo responsável pela área da energia, o secretário de Estado João Galamba.

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