Energia e Transportes produzem metade das emissões de gases

A energia e os transportes são responsáveis por cerca de metade das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) em Portugal, que segue em analogia com a União Europeia (UE), menos no setor dos resíduos, com pior desempenho.

Em Portugal o setor dos resíduos contribui para cerca de nove por cento das emissões de GEE, quando em termos europeus o contributo dessas emissões ronda os três por cento.

Os números fazem parte de uma análise divulgada pela Pordata, base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, em colaboração com a Agência Portuguesa do Ambiente, que faz um retrato da situação ambiental do país, no âmbito do Dia Mundial do Ambiente.

Os dados indicam que a produção de resíduos “per capita” tem vindo a aumentar, com Portugal a distanciar-se da UE nesta matéria. Se em Portugal o aumento de produção, desde 1995, foi de 46 por cento, na UE não foi além dos 12 por cento.

Já o desempenho geral no corte de emissões tem sido positivo, com Portugal mais bem posicionado em termos gerais do que a média da UE: uma redução de 35 por cento face a 2005, contra 24 por cento da média da UE.

Abaixo da média da UE, além de Portugal, estão França, Croácia, Hungria, Letónia, Roménia, Suécia, Itália e Malta, com a maior redução. O Luxemburgo é, dos restantes países (acima da média europeia), o que tem valores de redução comparativamente menores.

Quanto ao contributo de cada setor para as emissões de GEE, a evolução comparativa de Portugal e da média da UE, de 1990 a 2020, mostra evoluções similares de diminuição nas indústrias transformadoras e construção, mas de aumento de emissões nos transportes. Nas indústrias da energia Portugal desceu mais do que a UE, nos processos industriais e na agricultura subiu mais, e nos resíduos tem estado sempre bem acima da UE.

A Pordata nota na análise que face a 2005, e apesar das oscilações, as emissões de GEE têm baixado na generalidade dos setores, em Portugal e na UE, com exceção da agricultura em Portugal, cujas emissões de GEE aumentaram 4,7 por cento.

Na área da energia, apesar dos ganhos nas renováveis, a energia fóssil representa 65 por cento do cabaz (repartição pelas diferentes fontes da energia aprovisionada), com 40,6 por cento vinda do petróleo e 23,6 por cento do gás natural, em 2021. Face a 2000, o peso do carvão baixou de 15 por cento para menos de um por cento e o petróleo caiu mais de 20 pontos percentuais, com crescimento do gás natural e das renováveis.

O peso das energias renováveis na produção de energia elétrica também é positivo. Em 2021 64,9 por cento da produção vinha de fontes renováveis. Desde 2018, destacou o Pordata, mais de metade da produção elétrica tem como fonte as energias renováveis.

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