Energia nuclear produz menos eletricidade do que eólica e solar juntas

  • 07 outubro 2022, sexta-feira
  • Energia

A energia nuclear continua em declínio e representou menos de dez por cento da eletricidade produzida no mundo pela primeira vez em quatro décadas, atrás das energias eólica e solar, indica um relatório anual sobre o setor agora publicado.

O Relatório Anual sobre a Indústria Nuclear Mundial 2022 conclui que a quota da energia nuclear (369 gigawatts) na produção de eletricidade caiu para 9,8 por cento em 2021, o valor mais baixo em 40 anos, deixando-se ultrapassar pela primeira vez pelas energias eólica e solar, que, juntas, atingiram 10,2 por cento.

Os investimentos em energias renováveis não-hídricas em 2021 acrescentaram 257 gigawatts às redes, enquanto a capacidade nuclear em funcionamento diminuiu em 0,4 gigawatts.

“Estas indústrias levaram apenas 20 anos para alcançar o que a indústria nuclear levou mais de meio século para realizar”, salientaram os autores.

De acordo com o documento, 411 reatores continuavam em funcionamento em 33 países em meados de 2022, menos quatro que no ano anterior.

A China representa metade dos novos reatores nucleares ativados na última década e está a construir mais 21, tendo em 2021 superado França pelo segundo ano consecutivo em termos de produção de eletricidade, seguindo apenas atrás dos Estados Unidos.

O país europeu, onde a energia nuclear gera 69 por cento da eletricidade, foi forçado a trabalhos de manutenção em grande parte dos 56 reatores que possui devido a problemas de corrosão, envelhecimento e necessidades de reparação e modernização.

Pelo contrário, apesar do contínuo investimento chinês no nuclear, esta fonte de energia representa apenas cinco por cento da eletricidade no país asiático, onde as energias renováveis cresceram mais rapidamente.

Por exemplo, as turbinas eólicas geraram 71 por cento mais eletricidade na China do que os reatores nucleares.

O relatório indica também que pelo menos metade (26) dos 53 projetos de construção de centrais nucleares estão atrasados e que a situação relacionada com a central japonesa de Fukushima, afetada pelo terramoto de 2011, “está longe de estar estabilizada”.

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