Como a eficiência energética pode incentivar a inovação
Para além de reduzir as emissões de carbono, as políticas promotoras do uso eficiente da energia podem incentivar a inovação no setor da produção.
O estudo “How do policies for efficient energy use in the household sector induce energy-efficiency innovation? An evaluation of European countries” analisou o efeito que as políticas de energia dirigidas ao setor doméstico tiveram na inovação, com recurso a uma base de dados de 21 países europeus. Os resultados demonstram que a criação de subsídios ou a etiquetagem de produtos podem promover o desenvolvimento de tecnologias de energia sustentável.
Os investigadores procuraram perceber se as políticas energéticas dirigidas ao setor doméstico aumentam a quantidade de tecnologias de eficiência energética patenteadas, nas áreas do edificado e da iluminação.
Os investigadores basearam-se num conjunto de 550 políticas aplicadas ao longo de 29 anos (1980-2009) em 22 indústrias de 21 países europeus. Foram usadas estatísticas do número de patentes que cobrem inovações no campo da eficiência energética para avaliar o grau de inovação.
O estudo foi delineado de modo que os investigadores pudessem analisar os custos da energia, a dimensão da indústria estudada e o PIB, e também o efeito de medidas alternativas, como as políticas de incentivo à tecnologia, que encorajam a indústria a desenvolver certos tipos de produtos. O estudo centrou-se em seis tipos de políticas energéticas:
- Subsídios, ou seja, incentivos financeiros que reduzam o investimento inicial em medidas de eficiência energética em casa, como a redução de taxas pela aquisição de eletrodomésticos mais eficientes;
- Padrões: criação de um nível mínimo de eficiência energética através, por exemplo, da determinação de requisitos mínimos para o isolamento térmico de uma habitação;
- Campanhas com o objetivo de sensibilizar o público para comportamentos que promovam a eficiência energética;
- Rotulagem de produtos que meça a sua eficiência energética, como as lâmpadas;
- Acordos voluntários entre empresas que incluam, por exemplo, a troca de equipamentos no fim da sua vida útil;
- Impostos sobre o consumo de energia ou as emissões de carbono, que podem ser usados para penalizar o uso de tecnologias ineficientes.
O estudo demonstrou que estas medidas estão fortemente associadas com o número de patentes no setor dos edifícios e da iluminação.
Em média, basta uma política para aumentar o número de patentes em 3 por cento.
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