Desplastificar?

Não podemos esperar que o plástico se degrade no ambiente: não é suposto degradar-se, é suposto ter uma nova vida. Temos de olhar para o plástico como algo positivo, um recurso valorizado e valorizável. Os metais não se degradam no ambiente e ninguém se queixa do metal. Porquê? O plástico é um recurso tão bom quanto o metal, com a vantagem de não necessitarmos de o minerar.

Temos de deixar de tomar decisões emotivas impulsionadas por “folclore” ambientalista, que obriga o retalho a procurar soluções para agradar às equipas de marketing, e passarmos a factos científicos com soluções efetivamente corretas que nos levam à sustentabilidade.

As embalagens deveriam ser avaliadas pela sua pegada de carbono, e neste caso o consumidor final provavelmente ficará surpreendido!

Vamos a factos: é inegável que o plástico é um material leve e resistente. Tem metade da densidade do vidro e a mesma densidade do papel, o que faz com que na maior parte das situações seja possível produzir qualquer embalagem muito mais fina do que com qualquer um dos outros materiais, e por isso este processo consome menos recursos e é muito mais eficiente no transporte.

A pegada dos materiais

O consumidor final normalmente acha uma barbaridade um pepino embalado em plástico e deduz que esse filme de plástico é completamente desnecessário, mas dois gramas de plástico aumentam a vida do pepino na prateleira em 11 dias, e da carne em 26 dias, ou seja, evita-se um enorme desperdício alimentar e de recursos ambientais.

Para produzir esses dois gramas de plástico gerou-se apenas 10% do CO2 gerado para produzir o pepino, e esses dois gramas de plástico vão prevenir a emissão de outros 50% de CO2 por desperdício alimentar.

Vamos a outro exemplo, algo que nos toca a todos: o maléfico e demoníaco saco plástico, que vai parar ao estômago dos magnânimos e belos cetáceos e acusado de homicídio por cada foto que vemos nos meios de comunicação social. Claro que é preferível manter a investigação tal e qual como está, não vá estar o nosso nome em algum dos sacos que foi encontrado na autópsia, que por desleixo deixamos abandonado na praia em vez de lhe darmos oportunidade de se transformar num novo objeto, até mesmo num saco igual. (...)

Inês Garcia, Supply Chain,Food Packaging; Klöckner Pentaplast; Ovarpack – Embalagens, SA

Artigo completo na Indústria e Ambiente nº123, jul/ago 2020

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