Desperdício alimentar no retalho pode ser reduzido em um terço

Um estudo divulgado pela consultora Boston Consulting Group (BCG), em parceria com a Sonae e o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, concluiu que o retalho pode reduzir um terço do desperdício alimentar na sua cadeia de abastecimento.

De acordo com o estudo, estima-se que todos os anos sejam desperdiçados cerca de um terço de todos os alimentos produzidos, o que representa 1,6 mil milhões de toneladas de alimentos a nível global e mais de 1 milhão em Portugal, “com elevados custos a nível ambiental e social”, lê-se no documento.

O estudo, que envolveu cerca de 120 fornecedores da Sonae, tinha como objetivo identificar as 50 melhores práticas já adotadas ou em estudo em outros países. Este permitiu perceber que a aplicação das medidas propostas levaria a que fossem desperdiçadas menos 12 mil toneladas de alimentos por ano na cadeira de abastecimento da Sonae, o que representa um rendimento no valor de dez milhões de euros por ano.

Também no mesmo estudo verificou-se que cerca de 40 por cento do desperdício se deve à rejeição de frutas e vegetais que não cumprem com os requisitos estéticos e de tamanhos ou calibres definidos.

Uma das medidas propostas é que se reveja estes requisitos, tornando mais amplo o leque de produtos considerados aceitáveis, promovendo até a exploração de outros nichos de mercado, como, por exemplo, as “maçãs bebés” para crianças.

Outra conclusão do documento foi que uma parte significativa dos alimentos nunca chegam ao consumidor final pelo seu caráter altamente perecível. Neste caso, uma das soluções passa por criar unidades de desidratação para reaproveitar estes alimentos que podem ser consumidos secos.

Outras medidas são a promoção do aumento das doações, a criação de um marketplace onde os produtores podem mostrar os alimentos perecíveis que têm disponíveis e que, passado o ponto de utilização, podem ser usados para sumos, corantes naturais ou outros produtos processados, e ainda a campanha “Demasiado bom para desperdiçar”, que visa incentivar os consumidores a uma mudança de comportamento, procurando, por exemplo, peças soltas, sobre as quais habitualmente não recai a escolha.

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