Os desafios da água na era do antropoceno
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As alterações climáticas estiveram, como seria de esperar, em destaque na abertura do ENEG, com o reconhecimento da necessidade de acelerar mudanças
“Estamos andando na direção certa mas à velocidade errada”. As palavras do Presidente brasileiro Lula da Silva na abertura da COP foram trazidas a Santa Maria da Feira pelo presidente do Conselho Diretivo da APDA, José Martins Soares, na abertura do ENEG, para situar os desafios que também o setor da água enfrenta.
Com uma edição centrada no tema da governança, José Martins Soares sublinhou a necessidade de gerir o risco, planear o território e decidir com consciência do impacto das decisões nas gerações futuras.
Para isso, é necessário que o setor português da água, ainda que “maduro e internacionalmente reconhecido”, se adapte às exigências climáticas, invista na digitalização e na equidade tarifária e se prepare para responder às exigências da DARU, que impõe exigências acrescidas de tratamento e capacidade de reutilização. O sucesso essa missão dependerá da capacidade de planeamento, financiamento e cooperação institucional, que conduzam à diminuição das desigualdades entre Entidades Gestoras, que apresentam níveis diferentes de eficiência, modernização da infraestrutura e de perdas, que alguns casos ainda são persistentes.
Esta edição do ENEG acontece poucos meses depois do lançamento, pelo Governo, da estratégia Água que Une, que José Martins Soares descreve como uma oportunidade de alinhar políticas públicas, mas cujo sucesso depende da articulação entre os diferentes níveis de administração territorial e também entre o setor público, privado e a sociedade civil.
Francisco Narciso, presidente da comissão organizadora do ENEG, destacou um programa “inspirador e mobilizador”, numa altura em que importa conjugar o sentido das respostas societais aos desafios das alterações climáticas. E assentar essas respostas em conhecimento científico, contrariando as “perceções” que têm inquinado o debate público e que nos transportam para “tempos medievais”.
O ENEG conta com 860 inscritos nos diferentes eventos e cerca de mil participantes, contando com os expositores.
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