Custos de energia são uma barreira à exportação

  • 04 dezembro 2024, quarta-feira
  • Energia

IMAGEM:UNSPLASH

A Associação Portuguesa dos Industriais Grandes Consumidores de Energia Elétrica (APIGCEE) expressou o seu descontentamento face ao aumento do preço da eletricidade através de um comunicado de imprensa emitido a 30 de novembro.

A APIGCEE tem sido confrontada com uma “enorme volatilidade” e um aumento significativo do preço da eletricidade nos mercados grossistas. Como consequência, os associados enfrentam alguns constrangimentos operacionais e financeiros, que já causaram o encerramento temporário da atividade de algumas instalações. A APIGCEE afirma ser responsável por cerca de 3 % do PIB nacional e 5 % das exportações do nosso país. A Associação, constituída por um conjunto de 14 empresas, tem um consumo anual elétrico agregado de 5,35 TWh (mais de 10 % do consumo elétrico total em Portugal e mais de 25 % do consumo elétrico industrial nacional). 
Estas empresas exportam cerca de 70 % da sua produção.


Atualmente, a indústria eletrointensiva nacional encontra-se numa clara desvantagem face às suas concorrentes europeias. O custo total que as empresas têm de incorrer com a eletricidade (incluindo a compensação pelos custos indiretos do CO2 e outros custos ou encargos diretos e indiretos) é superior ao custo dos concorrentes europeus. A associação reivindica um preço mais competitivo e estável para a energia elétrica no sentido de manter a sua atividade. Para isso pede a intervenção do Estatuto do Cliente Eletrointensivo (ECE), um instrumento legislativo europeu destinado a reduzir os custos de interesse económico geral (CIEG) para os consumidores eletrointensivos, que de momento não se encontra totalmente implementado em Portugal. 


Os associados da APIGCEE têm procurado implementar projetos em regime de autoconsumo renovável, que lhes garantam a descarbonização da eletricidade consumida e custos competitivos a nível internacional. No entanto, o licenciamento ou a indisponibilidade de ligação à rede, representam dificuldades muito significativas.

A APIGCEE apela ao Governo que: 
1.    desenvolva todas as diligências necessárias à publicação urgente das alterações ao ECE (Estatuto de Cliente Eletrointensivo);
2.    solicite um aumento orçamental da compensação dos custos indiretos do CO2 à Comissão Europeia; 
3.    altere o modelo de financiamento da Tarifa Social;
4.    agilize os projetos estratégicos de autoconsumo renovável para a indústria eletrointensiva de modo a salvaguardar a competitividade da grande indústria nacional.

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