“Como devem ser as cidades” no Pavilhão do Conhecimento

Uma cidade “como devem ser as cidades”, sustentáveis e inclusivas, vai estar três dias no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, onde se aprende a salvar plantas, criar hortas ou tingir tecidos, e se fazem consertos e trocas.

A “Cidade do Zero”, de 8 a 10 de julho, realiza-se pela primeira vez, numa organização de Catarina Barreiros, que espera ser esta a primeira de muitas edições, e que a próxima seja no Porto.

“É uma cidade como devem ser as cidades, inclusiva, para todas as pessoas, para crianças e adultos”, disse à agência Lusa Catarina Barreiros, explicando que a “Cidade” está preparada também para pessoas, por exemplo, em cadeira de rodas, ou pessoas surdas.

Dos três dias fazem parte palestras, workshops, um mercado de trocas e também de venda de roupas e outros produtos, tudo sustentável, como de resto toda a organização será sustentável, para causar o menor impacto ambiental possível, incluindo todos os materiais com que se faz a cidade.

Catarina Barreiros, que esteve na origem da “Loja do Zero”, uma loja online com preocupações ambientais, seja na distribuição seja na origem dos produtos e sua conceção e preocupação ecológica, explicou que a ideia é mostrar durante três dias como pode ser uma cidade sustentável, uma cidade “onde se gostaria de se viver sempre, com um mercado de aprendizagem e de conhecimento, com marcas que levam a sustentabilidade a sério”.

E como qualquer cidade, acrescentou, haverá um mercado, neste caso de troca de roupa, uma feira, que inclui produtos em segunda mão, uma zona de comida, e cinco salas a funcionar ao mesmo tempo com workshops, com especialistas, e um auditório com palestras de cientistas, da energia nuclear e eólica, ao carbono ou à alimentação com insetos.

E vai poder-se arranjar sapatos ou peças de roupa, comprar roupa feita de desperdício ou fatos de banho reciclados, acrescentou a responsável, avisando que na área da alimentação da “cidade”, além de se dar prioridade à produção biológica, “predominam os pratos vegetarianos”.

Catarina Barreiros fala das várias marcas que vão estar presentes, mais de meia centena, e outro exemplo: “Vamos ter gelados de uma marca que emprega pessoas em exclusão social. Porque para nós o impacto social também é muito importante”.

A “cidade”, que não tem fins lucrativos, pelo que o lucro irá, por exemplo, para associações de impacto social e ambiental, terá workshops para ensinar a criar hortas, tingir tecidos com plantas, cozinhar com zero desperdício, fazer sabão, ou fazer bolos sem usar qualquer ingrediente de origem animal.

No evento vai se ensinar a fazer compostagem em casa e explicar o que é a vermicompostagem e compostagem termofílica, e ainda vai dar-se a conhecer marcas que fazem roupa a partir de guarda-chuvas partidos ou de fibras recicladas, ou de restos que fábricas portuguesas já não usam, ou outras que vendem utensílios de madeira feitos de reaproveitamento de madeiras.

“Todas as marcas presentes na ‘Cidade do Zero’ regem-se por princípios éticos e de sustentabilidade. Todos os participantes neste evento querem contribuir para ajudar a mudar o mundo. E acreditam que é possível, um passo de cada vez”, disse a organização da iniciativa em comunicado, que sintetiza assim o objetivo da “cidade”: um espaço para ser o ponto de encontro de pessoas, projetos e marcas que têm em comum um modo de vida mais sustentável, e que se destacam “por se regerem por princípios de produção ética, gestão de resíduos, utilização de matérias-primas recicladas, entre outros”.

Mais informações sobre o evento aqui.

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