Comissão Europeia quer multiplicar por 10 instalação de capacidade eólica offshore

  • 30 outubro 2023, segunda-feira
  • Energia

A Comissão Europeia propôs multiplicar por dez o número de parques eólicos offshore instalados na União Europeia (UE) no ano passado, para 12 GW por ano, visando reforçar o setor comunitário face a concorrentes como da China.

“Em 2022, a capacidade instalada offshore acumulada da UE-27 ascendia a 16,3 gigawatt [GW]. Isto significa que, para colmatar o fosso entre os 111 GW autorizados pelos Estados-membros e a capacidade de 2022, temos de instalar quase 12 GW/ano em média – ou seja, dez vezes mais do que os novos 1,2 GW instalados no ano passado”, indicou a instituição.

Em causa está uma proposta divulgada à imprensa para um Plano de Ação Europeu para a Energia Eólica, no âmbito do qual Bruxelas propõe “redobrar os esforços para apoiar especificamente o setor das energias renováveis marítimas”.

Vincando que a energia eólica marítima pode dar “um contributo significativo para os objetivos climáticos e energéticos da UE nos próximos anos”, a Comissão Europeia propõe-se então a “reforçar a infraestrutura da rede e a cooperação regional, acelerar o licenciamento, assegurar um ordenamento integrado do espaço marítimo, reforçar a resiliência das infraestruturas, apoiar a investigação e a inovação e desenvolver as cadeias de abastecimento e as competências”, como medidas incluídas no plano de ação.

A energia eólica – tanto em terra (que equivale a 92 por cento da capacidade eólica instalada) como no mar – é crucial para a produção elétrica na UE, tendo sido responsável por fornecer em média 16 por cento da eletricidade consumida no espaço comunitário.

Até à data, as instalações eólicas instaladas na UE têm sido fornecidas principalmente pelo setor nacional de produção de energia eólica, sendo que os principais fabricantes europeus representaram 85 por cento do mercado de energia eólica da UE (94 por cento no setor offshore).

Ainda assim, a quota de empresas europeias no mercado mundial caiu de 42 por cento em 2020 para 35 por cento em 2022, principalmente pela rápida aposta chinesa e, atualmente, das dez maiores empresas de fabrico de turbinas eólicas do mundo (que cobrem mais de 80 por cento da procura de turbinas eólicas ao nível mundial), quatro têm a sua sede na UE e outras quatro estão localizadas na China.

Precisamente para melhorar a concorrência face a concorrentes como da China, “o plano de ação incluirá medidas para resolver os estrangulamentos que dificultam o reforço e a expansão da rede”, de acordo com Bruxelas.

Isso inclui “a partilha transfronteiriça dos custos e a produção, crucial para ajudar a desbloquear um maior número de projetos eólicos em terra e no mar, desencadear o investimento em projetos eólicos nos Estados-membros costeiros e em infraestruturas de transporte para regiões sem litoral na Europa e, desta forma, criar uma procura adicional de equipamento eólico”, acrescentou a instituição na comunicação agora proposta.

O setor eólico europeu depara-se ainda com problema de acesso a matérias-primas, como o cobre, os minerais de terras raras, o aço, o níquel, a fibra de vidro ou o silício, estando a UE dependente de países terceiros (como a China) para o fornecimento.

Estima-se que todo o setor eólico da UE seja responsável por entre 240 mil a 300 mil empregos diretos e indiretos na UE, e cerca de 45 mil (28 por cento dos empregos diretos) estão localizados em fabricantes de turbinas e componentes.

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