O vento e a construção de edifícios
O CentroAdapt, Centro de Vanguarda em Adaptações às Alterações Climáticas, está a promover ações de formação sobre o tema do Vento nas Cidades, atendendo à forma como a organização das cidades e o tipo de construção condicionam a circulação do vento. A próxima é a 29 de janeiro, em Viseu.
A importância do tema é explicada por Manuel Gameiro da Silva, da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra: “Nas áreas urbanas é frequente ocorrer uma diminuição média da velocidade do vento na ordem dos 20 a 30 por cento. O comportamento do vento é algo que não pode ser negligenciado na construção e organização das modernas cidades, uma vez que estamos perante um elemento que influencia a dispersão de poluentes e o conforto dos cidadãos. Se, por um lado, a disposição dos edifícios em torres isoladas favorece positivamente a circulação de ar e remoção de poluentes, por outro a disposição de edifícios em torno de espaços fechados acaba por surtir o efeito contrário, dificultando a dispersão de poluentes e outros resíduos», clarifica o docente.
Almerindo Ferreira, investigador da Universidade de Coimbra, sublinha que “o espaço urbano provoca o agravamento de algumas alterações climáticas. O aumento da temperatura, a redução da velocidade média do vento e a emissão mais localizada de contaminantes devido ao trânsito de veículos, contribuem para o aquecimento das cidades e a degradação da qualidade do ar. A combinação do efeito de ilha de calor com a diminuição da velocidade do vento são fatores que, inevitavelmente, vão agravar os efeitos negativos das alterações climáticas que se fazem notar nas estações mais quentes, provocando o crescente desconforto da população, o maior consumo de água, o incremento da poluição e até o aumento da morbilidade e mortalidade”, esclarece.
O CentroAdapt é um consórcio liderado pela Universidade de Coimbra e coordenado pelo MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, daquela universidade. Conta com o Instituto para a Sustentabilidade e Inovação em Engenharia Estrutural (ISISE), a Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI) e o Centro de Informática e Sistemas (CISUC) como parceiros. É um projeto co-financiado pelo Programa Operacional Regional do Centro (Centro 2020) no âmbito do Eixo de intervenção 1: “Investigação, Desenvolvimento e Inovação (IDEIAS)”. Tem como objetivos promover o aumento da capacidade de inovação face às alterações climáticas do setor empresarial da região centro, potenciar a criação de empresas de base científica e tecnológica que trabalhem a mitigação e adaptação às alterações climáticas e também estimular o desenvolvimento regional sustentável da economia azul e da economia do mar.
Para 18 de fevereiro está agendada outra formação, desta feita em Coimbra.
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