Áreas marinhas protegidas garantem maior diversidade, abundância e tamanho de peixes

Entre 2017 e 2021, o Parque Marinho Professor Luiz Saldanha, no Parque Natural da Arrábida, e as áreas marinhas protegidas do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV) foram palco de dois grandes projetos científicos nacionais que demonstraram que a proteção de locais de elevado valor ecológico traz amplos benefícios ambientais e socioeconómicos.

Os projetos INFORBIOMARES e MARSW (Mar Sudoeste), coordenados pela Liga para a Protecção da Natureza (LPN), em diálogo com o Instituto para a Conservação da Natureza e das Florestas, “comprovaram que a criação de áreas marinhas protegidas, nomeadamente de áreas com proteção total ou parcial, em que as permissões de atividades humanas são proibidas ou bastante restritas, é extremamente importante para a conservação e restauração dos ecossistemas marinhos, notando-se já resultados positivos nestas duas grandes áreas estudadas”, lê-se em comunicado divulgado pela LPN.

De acordo com a LPN, nos estudos efetuados foi possível observar um aumento de biodiversidade, mas também um aumento da população de peixes e da dimensão dos indivíduos.

No Parque Marinho Professor Luiz Saldanha foram feitos mais de 62 mil novos registos de espécies que, somados aos que já eram conhecidos, ultrapassam hoje os 107 mil registos de mais de 1800 espécies conhecidas.

“Numa área tão pequena, esta biodiversidade configura-se como um verdadeiro tesouro dos nossos mares. Já as áreas marinhas protegidas da Ilha do Pessegueiro e do Cabo Sardão, na costa do PNSACV, viram aumentar não só a sua biodiversidade em cerca de 30 por cento, mas também a abundância de peixes com interesse comercial (como a abrótea e o linguado) na ordem dos 250 por cento, e ainda o seu tamanho em até 50 por cento”, informou a organização ambiental.

“As áreas marinhas protegidas desempenham assim uma função vital na conservação de espécies com elevado interesse comercial. Apesar de haver ainda muita atividade ilegal nestas áreas de maior proteção, a tendência ao longo dos anos tem sido de aumento da densidade e biomassa”, acrescentou.

Segundo a vice-presidente da Direção Nacional da LPN e bióloga marinha, Inês Cardoso, os projetos ajudaram a colmatar lacunas no entendimento do que são as áreas marinhas protegidas, tendo sido desenvolvido ferramentas e o conhecimento científico para que no futuro se tomem decisões informadas sobre a gestão destas áreas.

A bióloga acrescentou ainda que o projeto se excedeu neste objetivo ao afirmar também a “importância vital do conhecimento científico para a conservação da natureza”.

Os projetos INFORBIOMARES e MARSW foram cofinanciados ao abrigo do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), e contribuem para a Estratégia Nacional para o Mar e para que Portugal avance com a criação de mais áreas marinhas protegidas, permitindo alcançar os compromissos nacionais assumidos perante Bruxelas.

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