“Água que Une”: Gestão Sustentável e Valorização da Água

FOTO CDC/ UNSPLASH
Contexto e Desafios para Portugal na Gestão da Água
A gestão sustentável da água impõe-se como um dos pilares centrais da política ambiental em Portugal. O país enfrenta uma conjuntura hidrológica marcada pela escassez estrutural de recursos em várias regiões, agravada por alterações nos padrões de precipitação, fenómenos meteorológicos extremos e crescente pressão dos usos da água. As regiões do Algarve e Alentejo, em particular, apresentam uma vulnerabilidade acrescida, resultante da conjugação de eventos de seca frequentes e severos com usos intensivos nos setores urbano, turístico e agrícola.
A escassez hídrica define-se por um desequilíbrio entre a procura e a oferta de água, podendo ser um fenómeno conjuntural, quando associada a curtos períodos e motivada pela redução temporal das disponibilidades ou aumento da procura, ou estrutural, quando a procura de modo cíclico ou frequente excede o recurso disponível. Para avaliar os níveis de escassez numa região utiliza-se, a nível europeu, o índice WEI+ (Water Exploitation Index plus) que corresponde à razão entre a procura média anual de água e os recursos médios disponíveis a longo prazo, incorporando, ainda, os retornos de água ao meio hídrico, bem como os caudais ambientais ecológicos, que devem ser mantidos para garantir os objetivos definidos na Lei da Água.
Para Portugal continental foi obtido um índice WEI+ de 30 % para o período 1930-2015, que configura uma situação de escassez moderada e de 34 % para o período 1989-2015, que configura uma situação de escassez elevada. Mas existem regiões no país onde se atingem valores que correspondem a escassez extrema. (...)
Presidente da Agência Portuguesa do Ambiente
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