A ação climática e o clima em 2020

Será difícil esquecer o ano de 2020 por várias razões. A primeira deve-se à pandemia provocada pelo vírus SARS-CoV-2 que continua muito ativa com mais de 100 milhões de pessoas infetadas e mais de 2,1 milhões de mortes. Importa recordar que a pandemia resulta de uma zoonose, uma doença infecciosa provocada por vírus ou bactérias cujo hospedeiro é um animal. No caso do SARS-CoV-2 não se sabe qual foi o animal hospedeiro intermédio ou se resulta de um acidente desintencional que o libertou para o ambiente de um laboratório de virologia onde os vírus são potenciados (gain of function).

Desde 1940 as zoonoses foram responsáveis por 75% das doenças infecciosas emergentes, a maioria com origem em animais selvagens, devido à intensificação da agricultura, à procura crescente de animais selvagens para alimentação, à desflorestação e às alterações climáticas. Se não se travarem estas tendências de insustentabilidade as pandemias provocadas por zoonoses continuarão a ser mais frequentes, algumas delas graves como é o caso da Covid-19. A pandemia chamou a atenção para o facto de que o ambiente tem uma importância crítica em assegurar as condições que poderão permitir um futuro sustentável de bem-estar para a humanidade.

Para além de provocar uma dramática crise social e económica através do mundo, teve impactos muito fortes sobre o setor energético global devido à diminuição da mobilidade e da atividade económica. O preço do barril de petróleo atingiu valores negativos em abril de 2020 e teve uma recuperação lenta até aos 40 dólares, terminando o ano próximo dos 50 dólares, graças à contração voluntária da oferta por parte de vários países produtores, o que afetou duramente a indústria do petróleo. Na UE e nos EUA o carvão deixou de ser competitivo face às energias renováveis e ao gás natural, tendo o seu consumo baixado acentuadamente. (...)

Artigo completo da Indústria e Ambiente nº126 jan/fev 2021

Filipe Duarte Santos

Autor da coluna Alterações Climáticas / Presidente do CNADS

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