7 % das receitas das empresas líderes na descarbonização advém de boas práticas ambientais

Foto industry-4725108_640/ Pixabay

Este número é apresentado no relatório Boosting Your Bottom Line Through Decarbonization, realizado pela Boston Consulting Group, uma empresa global de consultoria de gestão, e a CO2 AI, uma empresa de soluções para a gestão de sustentabilidade.

O relatório Boosting Your Bottom Line Through Decarbonization revela que 7 % das receitas totais das empresas com melhores práticas de descarbonização a nível global, que representam cerca de 25% do universo de organizações inquiridas, são impulsionados pela redução dos custos de funcionamento, fruto de iniciativas centradas na eficiência, na redução de resíduos, na racionalização de materiais e da pegada ecológica e na utilização de energias renováveis. Este percentual equivale a mais de 200 milhões de dólares anuais.

Dados

Os dados foram recolhidos em 2024. Foram entrevistados 1864 executivos responsáveis pelas iniciativas de medição, reporte e redução de emissões das suas empresas. Estas empresas são provenientes de 16 grandes indústrias e 26 países. Cada organização tem pelo menos 1000 colaboradores e receitas anuais que variam entre 100 milhões de dólares e mais de 20 mil milhões de dólares.

Resultados

Embora a descarbonização ofereça benefícios financeiros atrativos às empresas e que mais de metade (52 %) destas acreditem que as suas emissões podem ser reduzidas entre 10 % e 40 % através da poupança de custos, o inquérito revela que o progresso corporativo neste domínio diminuiu em comparação com o ano passado. Neste contexto, apenas 9 % das organizações afirmaram desenvolver e comunicar relatórios abrangentes das suas emissões carbónicas de âmbito 1, 2 e 3 [1], um decréscimo de 1 ponto percentual (pp) face a 2023. Além disso, apenas 16 % estabeleceram objetivos para a redução de emissões dos três âmbitos, e 11 % conseguiram reduzir as emissões em linha com os objetivos definidos, com ambos estes parâmetros a sofrerem uma redução de 3 pp comparativamente ao ano passado.

Diferenças regionais

Do ponto de vista regional, as empresas da América do Sul (15 %) e da Ásia-Pacífico (12 %) são as que mais reduziram as emissões em conformidade com os objetivos internacionais de descarbonização. As empresas na China (23 %), no Brasil (20 %), e na Índia (14 %) destacam-se como líderes em termos de relatórios abrangentes de emissões, definição de metas e redução de emissões de acordo com as ambições. Em oposição, apenas 6 % das empresas na Europa e 4 % na América do Norte estão a diminuir as suas emissões de acordo com as metas globais para limitar o aquecimento global a 1,5° C.

Em comunicado de imprensa, Manuel Luiz, diretor e partner da BCG em Lisboa, afirma que “Apesar da crescente relevância da sustentabilidade no mundo corporativo e das potenciais vantagens financeiras que a redução de emissões pode trazer, ainda poucas organizações estão a aproveitar estas oportunidades. O atual contexto de mercado tem levado a um retrocesso no processo de descarbonização das empresas a nível global, levantando alguns sinais de alerta, mas também oportunidades de melhoria”.

[1]
De acordo com o Greenhouse Gas Protocol, o cálculo da pegada de carbono de uma entidade está dividido em 3 partes:
Âmbito 1 - emissões diretas de Gases com Efeito Estufa (GEE) decorrentes das operações que pertencem ou são controladas pela empresa;
Âmbito 2 - emissões indiretas de GEE provenientes do consumo de energia (nomeadamente de eletricidade) utilizada nas atividades da empresa;
Âmbito 3 - todas as restantes emissões indiretas (não incluídas no âmbito 2) que ocorrem na cadeia de valor, incluindo tanto as emissões a montante quanto a jusante.

Newsletter Indústria e Ambiente

Receba quinzenalmente, de forma gratuita, todas as novidades e eventos sobre Engenharia e Gestão do Ambiente.


Ao subscrever a newsletter noticiosa, está também a aceitar receber um máximo de 6 newsletters publicitárias por ano. Esta é a forma de financiarmos este serviço.