Projeto de aplicação de biocombustíveis a veículos militares

O Politécnico de Leiria, a Força Aérea e a PRIO celebraram um protocolo de colaboração no âmbito de uma prova de conceito para analisar a viabilidade e os benefícios ambientais da utilização do biocombustível de última geração, ZeroDiesel, produzido a partir de óleos alimentares usados, numa gama alargada de viaturas e equipamentos de suporte terrestre (Ground Support Equipment - GSE) de tipologia e uso militar da Base Aérea N.º 5 (BA5), em Monte Real.

Na foto Paulo Carvalho, Luís Serrano, Rui Pedrosa, Coronel João Vicente, Carlos Baptista

Em comunicado, o Politécnico explica que prova de conceito está focada na avaliação do potencial ambiental da utilização de biocombustíveis de última geração no domínio da Defesa, ao mesmo tempo que permite à instituição de ensino reforçar as competências em projetos de Investigação, Desenvolvimento e Inovação (I&D&I) e experimentação, e no reforço do conhecimento sobre biocombustíveis existentes.

À Indústria e Ambiente, Luís Serrano, docente no curso de Engenharia Automóvel da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Leiria, explica que este combustível apresenta propriedades similares às do combustível fóssil, mas ainda assim com algumas diferenças. Por isso, o objetivo do estudo é “analisar, num conjunto alargado de viaturas e equipamentos, os efeitos que podem existir em termos de variações no consumo, alteração de nível de desempenho e emissões, e ainda de fiabilidade dos motores”. Pretende-se ainda perceber se é possível proceder a uma troca direta de combustível ou se haverá necessidade de proceder a algum tipo de adaptação dos motores.

Enquanto prova de conceito, enquadrada no âmbito de uma iniciativa de I&D&I, não estão previstos custos a suportar pela Força Aérea, nem quaisquer contrapartidas financeiras.

De acordo com o protocolo, a prova de conceito de utilização de ZeroDiesel numa amostra de viaturas e GSE da BA5 conta com três fases, consistindo a primeira numa análise da compatibilidade da frota e GSE para determinar a amostra de viaturas e equipamentos que farão parte da avaliação. Nesta primeira fase, de modo a garantir a maior transversalidade da avaliação, serão identificadas viaturas e equipamentos representativos do respetivo universo na BA5, tendo como consideração os níveis de consumo, período de operação e potencial de emissão de gases de efeito de estufa.

Segue-se a elaboração de uma Matriz de Risco, no âmbito da qual serão avaliados os parâmetros requeridos para garantir a viabilidade técnica do abastecimento com ZeroDiesel, estando esta análise a cargo do Departamento de Engenharia Mecânica da ESTG do Politécnico de Leiria e da PRIO.

A segunda fase consiste na execução da prova de conceito, durante seis meses. Neste período, o ZeroDiesel será usado para o abastecimento das viaturas e GSE identificados. Durante esta fase, o Politécnico de Leiria vai efetuar a monitorização dos resultados, em termos de emissões de gases de efeito de estufa, resposta mecânica e de consumos. Por fim, na terceira fase serão avaliados os resultados para determinar o impacto ambiental, técnico e económico, estando o Politécnico de Leiria responsável pela submissão do Relatório Final à PRIO e à BA5.

Obtidos os resultados, será possível perceber se há necessidade de efetuar mais testes, ou ainda se é possível pensar no alargamento da utilização deste combustível.

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