Produção de energia solar atinge 10% do consumo pela primeira vez em julho
- 02 agosto 2023, quarta-feira
- Energia

A produção de energia solar atingiu, pela primeira vez, dez por cento do consumo de energia elétrica durante um mês, em julho, segundo dados da REN – Redes Energéticas Nacionais.
No mesmo mês, a produção hídrica abasteceu seis por cento do consumo, a eólica 22 por cento e a biomassa seis por cento, enquanto a produção não renovável foi responsável por 28 por cento do consumo e os restantes 28 por cento correspondem a energia importada.
Já o consumo de energia elétrica diminuiu 5,4 por cento, em julho, face ao mesmo período do ano passado, uma descida “influenciada pelas temperaturas moderadas sentidas este mês, contrariamente ao sucedido o ano passado”, explicou a gestora dos sistemas nacionais de eletricidade e de gás natural.
Ainda assim, mesmo descontando os efeitos de temperatura e o número de dias úteis, registou-se uma redução de 3,1 por cento no consumo elétrico.
O índice de produtibilidade hidroelétrico fixou-se em 0,61 no mês em análise, “um valor muito inferior à média, mas com pouco significado, tratando-se do período de verão, em que as afluências são praticamente nulas”.
Já os regimes eólico e solar ficaram acima dos valores médios, situando-se respetivamente em 1,08 e 1,05.
No acumulado dos primeiros sete meses do ano, o consumo diminuiu 0,9 por cento face ao período homólogo, o que corresponde a uma diminuição de 0,8 por cento, tendo em conta a correção da temperatura e dias úteis.
Esta queda explica-se, segundo a REN, pelo aumento do autoconsumo a partir de produção fotovoltaica, sem o qual o consumo elétrico estaria em linha com o do ano anterior.
De janeiro a julho, o índice de produtibilidade hidroelétrica registou 0,78, o de produtibilidade eólica 0,94 e o de produtibilidade solar 1,06.
Naquele período, a produção renovável abasteceu 58 por cento do consumo, repartida pela eólica com 24 por cento, hidroelétrica com 21 por cento, fotovoltaica com sete por cento e biomassa com seis por cento, enquanto a produção a gás natural abasteceu 21 por cento do consumo e os restantes 21 por cento corresponderem à energia importada.
Relativamente ao consumo de gás natural, durante os primeiros sete meses do ano registou-se uma diminuição de 20 por cento, penalizado pela queda de 4,8 por cento registada no segmento convencional e de 39 por cento no elétrico, tratando-se do consumo mais baixo do sistema nacional desde 2014, para este período.
Em julho manteve-se esta tendência de contração no mercado do gás natural, com uma diminuição homóloga de 16 por cento, repartida pelo segmento convencional, com menos 3,8 por cento, e pelo segmento de produção de energia elétrica com um recuo de 20 por cento.
No caso do segmento de produção de energia elétrica, a quebra foi devido à maior disponibilidade de energia renovável este ano.
Em julho, o abastecimento nacional efetuou-se quase integralmente a partir do terminal de gás natural liquefeito de Sines, com o saldo de trocas através da interligação com Espanha, a registar um saldo exportador equivalente a cerca de nove por cento do consumo nacional.
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