Pensaarp 2030: um plano sem “força política”

  • 21 novembro 2025, sexta-feira
  • Água

FOTO JPLENIO/ PIXABAY

Cátia Vilaça

A mesa-redonda que o ENEG reservou para discutir o Pensaarp 2030, a 19 de novembro, ficou longe de um tom otimista, com os participantes a realçarem a dificuldade no cumprimento de metas

O Pensaarp 2030 começou a ser delineado em 2020 mas apenas seria aprovado em 2024. A cronologia foi lembrada pelo consultor Diogo Faria de Oliveira, que sublinhou também a falta de força política do plano, por não estar vinculado a fundos europeus, ao contrário dos anteriores. Chegados a 2025, “sabemos muito pouco” sobre a execução do plano, lembrou.

Recorde-se que o plano preconiza, na sua visão estratégica para 2030, serviços eficazes, eficientes, sustentáveis e de valor acrescentado.

Para António Cunha, CEO da Aquapor, o grau de cumprimento das metas do Pensaarp 2030 para 2026 espelha a dificuldade de cumprir metas, e exemplificou com o objetivo B, com 71 % por cumprir. Trata-se do objetivo relativo à eficiência dos serviços, que preconiza que estes sejam prestados com otimização de gastos, contribuindo para a moderação tarifária e a acessibilidade económica, em termos de governo e estruturação do setor, de organização, modernização e digitalização, de gestão e alocação de recursos financeiros, de eficiência hídrica, também para diminuir a pressão sobre os recursos superficiais e subterrâneos, e de eficiência energética e descarbonização. 

Joaquim Baptista, Presidente do Conselho de Administração da Águas da Região de Aveiro, alinhou no diagnóstico, tendo sublinhado a maturidade estratégica do país, mas simultaneamente a dificuldade de passar da conceptualidade à materialização. 

Para Pedro Perdigão, CEO do Grupo Indaqua, o Pensaarp tinha tudo para correr bem, mas há uma necessidade urgente de investimento. 

Embora o plano abranja as águas pluviais, falta, para António Cunha, um sistema de dados robusto que permita, então, desenhar políticas fundamentadas. 

Diogo Faria de Oliveira lembrou que o plano reserva 400 milhões de euros para as águas pluviais, mas sem que haja, até ao momento, candidaturas abertas para investimentos na área. 

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