O Futuro dos Rios Ibéricos Internacionais

Os rios internacionais da Península Ibérica – Minho, Lima, Douro, Tejo e Guadiana - têm uma enorme importância para os recursos hídricos dos dois países. As suas bacias hidrográficas ocupam uma área que é cerca de 46 por cento da Península, e 22 por cento dessa área de 264.560 km2 situa-se em Portugal.

Acontece que os três rios mais longos correm perigos graves de sustentabilidade e o Tejo está agonizante. A agonia significa ter caudais muito baixos e extremamente poluídos, o que acabará por conduzir à morte ecológica do rio. O Douro e o Guadiana também têm problemas graves mas por enquanto menores do que o Tejo.

Há três razões principais para a atual situação do Tejo, algumas das quais também se aplicam aos outros dois rios. A primeira tem a ver com os transvazes excessivos para bacias hidrográficas a sul. Em 1902 começou a planear-se o transvase das águas do Tejo para a bacia do rio Segura, que percorre as Províncias de Múrcia e Alicante e é atualmente um dos rios mais poluídos da Europa. O transvase, com uma extensão de 292 km, foi construído de 1966 a 1978 e viabiliza uma área de horticultura com cerca de 132 mil hectares cultivada por cerca de 80 mil agricultores. Uma parte considerável da água transvasada também serve para abastecer urbanizações crescentes de residentes estrangeiros emigrados e regar os seus campos de golf. A população que beneficia da água do transvase Tejo-Segura é cerca de 2,5 milhões. Porém, uma maior parte da água do Tejo poderia ser usada em benefício de Comunidades Autónomas a jusante e finalmente de Portugal. (...)

Artigo completo da Indústria e Ambiente nº108 jan/fev 2018

Filipe Duarte Santos

Autor da coluna Alterações Climáticas / Presidente do CNADS

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