Montanha Viva - Sistema Previsional Inteligente do Vigor de Plantas de Montanha e de Informação e Suporte à Decisão em Sustentabilidade

FOTO S.SHEEDY / UNSPLASH

Montanha ou serra “é uma região emersa consideravelmente elevada em relação às regiões vizinhas, constituída por elevações simples ou múltiplas”.

As montanhas cobrem 25% da superfície terrestre e albergam 15 % da população mundial. Cerca de metade desta população depende da água das montanhas e dois terços das culturas agrícolas contam com o seu escoamento. Acresce o papel crucial dos variados ecossistemas existentes nas montanhas, que integram 25 dos principais centros de biodiversidade do mundo, na redução do risco de erosão e deslizamentos, na regulação térmica local e na preservação de recursos genéticos para culturas, flora e fauna.

Todos os dias recebemos alertas para o impacto das alterações climáticas e das atividades humanas na degradação dos ecossistemas. Este impacto é também relevante nos ecossistemas de montanha, ameaçando a vida e os meios de subsistência dos seus habitantes, a vida selvagem e o abastecimento de água. A desertificação, a perda de biodiversidade, o êxodo humano e baixa utilização de recursos são hoje factuais em ambientes de montanha. A recuperação dos ecossistemas é essencial para o futuro da montanha, preservando a biodiversidade local e fomentando o crescimento económico sustentável do ponto de vista ambiental, tendo as Nações Unidas declarado 2021-2030 como a Década da Restauração dos Ecossistemas.

O projeto Montanha Viva – Sistema Previsional Inteligente do Vigor de Plantas de Montanha e de Informação e Suporte à Decisão em Sustentabilidade Ambiental (https://montanhaviva.pt/), financiado pela Fundação La Caixa com apoio da FCT no âmbito do programa PROMOVE, em execução na Universidade da Beira Interior desde 2020, antecipou-se a estas ações de recuperação em prol dos ecossistemas de montanha, visando desenvolver um sistema de apoio à decisão, à operacionalidade inteligente e em tempo real na exploração económica das plantas de montanha, especialmente em localizações remotas, sem ligação à internet, com vista a estimular o aproveitamento económico de plantas existentes, o aumento de produção, a redução de consumo de recursos naturais, contribuindo para a promoção da biodiversidade e preservação da sustentabilidade ambiental, em particular, das plantas silvestres de montanha, e simultaneamente promover o turismo sustentável.

Inicialmente foi realizada a identificação e caracterização de plantas de montanha com características benéficas, como seja a mitigação natural de pragas e doenças em culturas agrícolas, ou aplicações em saúde e bem-estar. Foram selecionadas algumas plantas para trabalhos de caracterização bioativa, tendo como critérios a quantidade existente e/ou informação prévia existente. Identificaram-se e colheram-se sete plantas silvestres na zona da Serra da Gardunha, Cistus salvifolius, Clinopodium vulgare, Glandora prostrata, Helichrysum stoechas, Rubia peregrina e Umbilicus rupestris e Coincya monensis. Dos extratos obtidos, o extrato com atividade antimicrobiana mais promissora é o extrato de Helichrysum stoechas, seguido dos extratos de Cistus salvifolius. Estes extratos possuem maior atividade contra espécies Gram-positivas, uma vez que foram obtidos menores valores de concentração mínima inibitória em relação a estas espécies. Em relação às espécies de leveduras, o extrato obtido das hastes com flores de Umbilicus rupestris possui maior atividade. (...)

Por Pedro Dinis Gaspar, Professor Associado com Agregação
do Departamento de Engenharia Eletromecânica da Universidade da Beira Interior
Coordenador do Laboratório de Inovação e Tecnologias para a Sustentabilidade (LITecS)
Investigador Principal do projeto Montanha Viva

Leia o artigo completo na Indústria Ambiente nº 151, mar/abr 2025, dedicada ao tema "IoT e Ambiente". 
 

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