Mais ecodesign, menos resíduos
Como nos recorda Miguel Aranda da Silva, coordenador da Indústria e Ambiente 119, a publicação de Cradle to Cradle (2002) aconteceu numa altura em que ainda não se tinha percebido a urgência da mudança radical de práticas. Volvidos 18 anos, a economia circular fez caminho através da legislação europeia e nacional, e já são visíveis novos modos de produzir. Apesar da urgência, o caminho ainda será longo e não poderá ficar apenas do lado da produção. Se a produção responde ao consumo, este terá de exigir menos.
Mas a responsabilidade de quem produz não está apenas em por menos coisas no mercado. Está também em usar materiais melhores, fáceis de desmontar, reciclar, reincorporar. “O ecodesign é a integração de considerações ambientais no processo de design”, diz-nos Cristina Rocha no seu artigo sobre design de produtos e novos modelos de negócio, onde chama a atenção para a necessidade de as conceptualizações e os programas de economia circular incluírem a vertente da sustentabilidade social.
João Letras apresenta-nos os princípios-chave do Ponto Verde LAB, um projeto da Sociedade Ponto Verde baseado numa plataforma digital e criado para impulsionar a circularidade da economia, a partilha de informação e conhecimento e também para responder aos objetivos da Estratégia de Prevenção da Sociedade Ponto Verde.
Eduardo Soares descreve-nos o funcionamento da nova linha de trituração da Amorim Cork Composites, que permite aproveitar matérias-primas que antes não era possível triturar, como espumas de baixa densidade.
André Ribeiro et al. introduz a circularidade aplicada à indústria da construção com um estudo focado na incorporação de lamas de pedreiras em formulações de argamassas e cerâmicos.
Ainda na vertente da construção, Clara Pimenta do Vale partilha um projeto desenvolvido pela FAUP na feira Concreta, que consistiu na construção de uma praça concebida e elaborada com base em sistemas construtivos sustentáveis, fazendo uso de materiais reciclados ou recicláveis.
A economia circular dominou ainda a conversa com Luísa Magalhães, diretora executiva da Smart Waste Portugal, que nos fala da importância de envolver diferentes setores e atores da economia e da sociedade em prol de uma mudança transversal.
Leia estes e outros temas da Indústria e Ambiente 119, já disponível.
Outros artigos que lhe podem interessar