Incêndios contribuem para a expansão de espécies invasoras
- 23 novembro 2023, quinta-feira
- Solos
Fotografia: Himajin_Pixabay
A Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra (ESAC-IPC) lançou duas publicações sobre a relação entre o fogo e duas espécies de plantas invasoras que se têm expandido em território nacional, sobretudo no Norte e Centro: a acácia-mimosa e a háquea-picante.
De acordo com a ESAC-IPC, a acácia-mimosa e a háquea-picante são duas espécies invasoras originárias da Austrália, cujas populações se têm vindo a expandir em Portugal, em boa parte, devido à recorrência dos incêndios florestais.
“Com vista a permitir uma melhor gestão destas duas espécies, a ESAC desenvolveu um projeto em parceria com seis outras entidades, designado ‘Fogo e Invasoras’”, referiu o instituto, acrescentando que este contou com o financiamento do programa PDR2020, através da linha Grupos Operacionais.
O projeto de investigação foi coordenado, ao longo de cinco anos, pelo professor desta instituição de ensino superior, Joaquim Sande Silva, e os seus resultados foram reunidos em duas publicações, uma de caráter técnico e outra de divulgação e sensibilização, destinadas, respetivamente, a gestores e a proprietários florestais.
Uma das hipóteses de partida do projeto era a possibilidade de utilizar o próprio fogo para controlar estas espécies, “no entanto, esta hipótese apenas se confirmou para uma das espécies”, lê-se em comunicado enviado à redação.
Os resultados do projeto apontam para o uso de técnicas de corte conciliadas com a queima no caso da háquea-picante, mas rejeitam fortemente esta possibilidade no caso da acácia-mimosa.
O Manual Técnico avança também com recomendações para os técnicos e os proprietários que realizam queimadas e ações de fogo controlado, dado poderem com essas ações, muito generalizadas no país, contribuir para a expansão das duas espécies em causa, de forma inadvertida.
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