Greta Thunberg e a geopolítica das alterações climáticas

O movimento estudantil de greve às aulas pelo clima iniciado por Greta Thunberg tem aspetos perturbantes do ponto de vista ético. Após a onda de calor e os fogos florestais que assolaram a Suécia em 2018, Greta Thunberg, então com 16 anos, deixou de ir às aulas e empunhando um cartaz onde se lia “Greve às aulas pelo clima”, foi para a frente do Riksdag, o Parlamento Sueco, em 20 de agosto de 2018, pouco antes das eleições legislativas. Ficou em greve até o governo adotar as medidas de redução das emissões de gases com efeito de estufa que poderão permitir à Suécia cumprir aquilo a que se comprometeu no Acordo de Paris. Entretanto o movimento cresceu e estendeu-se a grande parte do mundo quando estudantes de mais de 100 países, incluindo Portugal, fizeram greve em 15 de março de 2019 para pressionar os governos a mitigar as alterações climáticas. A última greve realizou-se no dia 24 de maio e teve a adesão de cerca de um milhão de estudantes em 125 países.

A COP24 sobre o clima das Nações Unidas realizou-se em Katowice, Polónia, em dezembro de 2018. Quando cheguei a Katowice a 10 de dezembro para participar na conferência e saí do avião fiquei surpreendido com o cheiro do ar poluído! Era o mesmo cheiro a carvão que respirava nos anos de 1950 no túnel do Rossio quando ia de comboio a Sintra. Curioso fazer uma conferência sobre como travar a mudança do clima numa cidade situada numa região onde ainda se exploram minas de carvão!

Um dos resultados mais promissores da COP24 foram as intervenções da Greta Thunberg quando visitou a conferência e disse perante uma multidão atenta de negociadores, ativistas e cientistas: “Até que se resolvam a começar a focar no que é necessário fazer em vez do que é politicamente possível, não há esperança. Não é possível resolver uma crise sem a tratar como sendo uma crise. (...)

Artigo completo da Indústria e Ambiente nº116 mai/jun 2019

Filipe Duarte Santos

Autor da coluna Alterações Climáticas / Presidente do CNADS

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