Parques eólicos cabo-verdianos pouparam emissão de 44 mil toneladas de CO2 em 2020

A eletricidade gerada pelos quatro parques eólicos da Cabeólica, uma parceria público-privada cabo-verdiana com financiamento internacional, evitou a emissão de 44.400 toneladas de CO2 em 2020, sendo a empresa com “maior impacto” na redução destes gases.

De acordo com o relatório e contas de 2020 da Cabeólica, a que a agência Lusa teve acesso, a empresa manteve no ano passado a potência instalada de 25,5 megawatts, com 30 turbinas eólicas, distribuídas pelos parques nas ilhas de Santiago (11), Sal (nove), São Vicente (sete) e Boa Vista (três).

Em 2020, a mesma empresa “contribuiu com reduções de emissão de CO2 em cerca de 44.400 toneladas”, valor que compara com as 53.600 toneladas em 2019, quebra justificada com a redução de consumo de eletricidade nas ilhas mais turísticas do arquipélago.

“O ano fica sobretudo marcado pela forte redução da procura, sobretudo nas ilhas turísticas do Sal e da Boa Vista, em resultado da pandemia de Covid-19”, lê-se no relatório, que refere que estes parques eólicos produziram no ano passado 64.926 megawatt-horas, contra os 78.575 megawatt-horas de 2019.

“Até à data, a produção de energia limpa pela Cabeólica permitiu uma redução de cerca de 466.465 toneladas de CO2, tornando-se, assim, a Cabeólica, na empresa com maior impacto na redução de gases de efeito estufa no país, uma conquista importante na luta global contra as mudanças climáticas”, aponta o relatório e contas de 2020.

A Cabeólica acrescenta que foi responsável pela produção de cerca de 14 por cento da eletricidade consumida no país em 2020, “mantendo Cabo Verde como uma referência internacional e um líder na África subsaariana a nível de taxa de penetração de energia eólica”.

“No entanto, importa referir que, em virtude da crise económica e de saúde pública, foram adiados projetos anunciados pelo Governo em 2019, nomeadamente instalação de dez megawatts de potência eólica e de dez megawatts de potência solar na ilha de Santiago, e de cinco megawatts de potência solar na ilha da Boa Vista”, lê-se no relatório e contas da empresa.

Os parques da Cabeólica resultaram de um acordo de Parceria Público-Privada, de 2008, entre InfraCo Africa Limited, o Governo e o grupo estatal Electra, e seis anos depois atingiu o seu recorde, garantindo cerca de 24 por cento da eletricidade consumida no arquipélago, tornando Cabo Verde num dos países com a maior taxa de penetração de energia eólica no mundo.

Estes parques eólicos recorreram do financiamento do Banco Europeu de Investimento e do Banco Africano de Desenvolvimento, no valor total de 45 milhões de euros, reembolsáveis em 28 prestações semestrais, tendo vencido a primeira em 1 de julho de 2012.

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