Energia solar de concentração: da vantagem do armazenamento à desvantagem competitiva
Texto e fotografia por Cátia Vilaça
O armazenamento tem sido um lado complexo da energia renovável. As tecnologias de energia solar de concentração estão associadas a sistemas mais robustos de armazenamento, feito com recurso a sais fundidos, mas requerem condições de radiação solar muito particulares, grandes áreas, e a sua competitividade face ao fotovoltaico deixa a desejar. A Indústria e Ambiente visitou uma central termossolar em Sevilha e conversou com Pedro Horta, diretor da Cátedra de Energias Renováveis da Universidade de Évora, para perceber o potencial e as limitações desta tecnologia.
Uma torre de 140 metros de altura rodeada de 2650 heliostatos (painéis de espelhos que refletem a radiação solar para a referida torre, e que se movem para otimizar a captação solar) e um sistema de armazenamento. É esta a infraestrutura da Gemasolar, a primeira central comercial de energia termossolar com tecnologia de recetor central por torre instalada em todo o mundo e operada em Sevilha, pela Exera. Existe desde 2011 e ocupa uma superfície de 195 hectares. O princípio parece simples, mas apenas existem cinco deste tipo a operar em todo o mundo – as restantes situam-se nos Estados Unidos, Chile, Marrocos e Dubai. É que para além da disponibilidade de terreno, o funcionamento destas centrais requer radiação solar direta, e quanto maior for o número de horas de radiação, maior será a rentabilidade.
A Gemasolar tem uma produção anual de 75 GWh, o suficiente para abastecer 27 mil casas. As contas são de Sebastian Fernández, responsável pela central, que guiou uma comitiva europeia de jornalistas a esta instalação que, apesar da área ocupada, é considerada de pequena dimensão. (...)
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