Eletricidade renovável terá evitado emissão de 11,3 milhões de toneladas de CO2 em 2018

A APREN e a Deloitte apresentaram, em setembro, um estudo sobre o impacto da eletricidade de origem renovável em Portugal.

O estudo, da autoria da Deloitte, disponibiliza dados relativos ao impacto da eletricidade renovável no sistema elétrico, economia, sociedade e ambiente, entre 2014 e 2018, e adianta uma previsão desse impacto até 2030, tendo já em conta o Plano nacional de Energia e Clima (PNEC 2030).

Para a realização do estudo foram auscultados organismos nacionais e internacionais responsáveis pela definição das políticas e regulação do setor energético (em particular da eletricidade e da energia renovável), e empresas que operam no setor da eletricidade de origem renovável em Portugal.

Lembrando que o PNEC tem como objetivo promover a descarbonização da economia e a transição energética durante a próxima década, o estudo aponta a necessidade do crescimento do setor renovável para mais do dobro de 2015, em termos de produtores e de capacidade instalada. Tal depende, naturalmente, de um significativo investimento.

O estudo faz também um enquadramento de custos, explicando que os “principais impactos na tarifa de eletricidade oriundos da utilização de FER são repercutidos na tarifa de uso global de sistema através dos CIEG [Custos de Interesse Económicos Gerais, que incluem subsídios a produtores, rendas de municípios e transferências para as empresas das regiões autónomas, entre outros] e no custo de compra e comercialização de eletricidade no Mercado Ibérico”. A nível tarifário, aliás, a ERSE disponibiliza informação detalhada.

Dentro dos CIEG, o diferencial de custo da Produção em Regime Especial renovável é uma componente significativa, que se repercute na tarifa de venda a clientes finais.

Ao nível do mercado ibérico, o estudo conclui que o impacto das fontes renováveis é positivo, devido ao seu reduzido custo marginal. Tendo em conta o diferencial de custo da Produção em Regime Especial renovável e o seu impacto no preço do mercado diário de eletricidade, há um saldo acumulado de 2,4 mil milhões de euros nos últimos 9 anos.

Analisando a contribuição para o PIB, a contribuição acumulada das fontes de energia renovável superou os 15 mil milhões de euros nos quatro anos analisados, o que representa um valor médio anual de três mil milhões de euros. De acordo com o PNEC, a geração de eletricidade solar fotovoltaica será a maior contribuinte das fontes de energia renovável para o PIB, representando cerca de 59% do total, seguindo-se a eólica com cerca de 30%. Entre 2014 e 2018, as fontes de energia renovável geraram mais de 41 mil empregos (em média anual), e o impacto deverá acentuar-se até 2030.

Em termos ambientais, a Deloitte calcula que a eletricidade de fonte renovável, ao substituir fontes mais poluentes, permitiu evitar a emissão de 11,3 milhões de toneladas de CO2 em 2018. Para 2030, a consultora perspetiva uma poupança total de cerca de 784 milhões de euros com licenças de CO2, devido às emissões de CO2 que se prevê evitar nesse ano. A estes valores há ainda que juntar cerca de 5 mil milhões de euros em importação de carvão e gás natural. A aposta na produção de eletricidade a partir de fontes endógenas e renováveis tenderá a reduzir a dependência energética no exterior em valores de mais de 25 p.p. em 2030, prevê ainda a Deloitte.

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