Os desafios de uma digitalização a diferentes velocidades

• 20 novembro 2025, quinta-feira
• Água

Cátia Vilaça

Desafios e oportunidades na exploração da gestão da água, com foco na digitalização, foi o tema da segunda mesa-redonda do dia 19 de novembro no ENEG

O debate começou com um alerta: António Cruz, diretor de Sistemas de Informação do grupo Águas de Portugal, alertou para a intensificação de ataques por parte de ativistas em toda a Europa à cibersegurança de várias infraestruturas, incluindo de água, e Portugal não é exceção - todos os dias soam alarmes.
A este propósito, Pedro Pinto, responsável de cibersegurança no Politécnico da Guarda, lembrou que um ciberataque pode deixar as pessoas sem água. Por isso, os sistemas precisam de redundâncias, para que não aconteça algo similar ao que aconteceu um dia antes deste debate, quando os serviços da Cloudflare ficaram indisponíveis. Para além da robustez dos sistemas, o especialista destaca a importância da aposta na sensibilização e na literacia.

Eduardo Barbot, COO do grupo Indaqua, lembrou que o tema da água é tratado como questão de soberania e de segurança na nova estratégia de resiliência hídrica da Comissão Europeia, e é reconhecido que a Península Ibérica é uma zona sob ameaça. O responsável sublinhou que há ainda entidades gestoras a conviver com infraestrutura que não conhecem, registos em papel e redes operadas manualmente, ao mesmo tempo que outras entram na era 5.0.
É o resultado prático dos diferentes níveis de capacitação técnica e de investimento, que, de acordo com Rafael Aranha, diretor de Sistemas de Informação da REN, atinge montantes consideráveis. Para além disso, tem de ser bem planeado, porque implica pensar no que se vai ter implementado num horizonte de 10 ou 20 anos.

FOTO DA MONTRA SIGMUND/ UNSPLASH