Combate à escassez de água no Alentejo
- 20 outubro 2025, segunda-feira
- Água

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No coração do Alentejo, onde a seca moldava o ritmo da vida e limitava o desenvolvimento, ergue-se hoje o maior lago artificial da Europa, a enorme albufeira criada pela barragem de Alqueva. Este é o epicentro do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA), que mais do que uma infraestrutura hidráulica é um motor de transformação económica, social e ambiental para uma região historicamente marcada pela escassez hídrica.
A Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), enquanto gestora do EFMA, assume a missão de garantir que a água, esse recurso vital, seja utilizada com eficiência, sustentabilidade e visão estratégica, combatendo a escassez e promovendo o desenvolvimento da região. Desde o fecho das comportas da barragem em 2002, a EDIA tem trabalhado incansavelmente para transformar esta infraestrutura num pilar de desenvolvimento.
O EFMA não se limita à agricultura, apesar deste ser o setor de atividade económica responsável pelo maior uso consumptivo, também o abastecimento público e industrial tem aqui um reforço crítico, garantindo água potável para cerca de 200 mil pessoas e às maiores indústrias da região, incluindo o perímetro de Sines e a indústria mineira.
Além disso, a barragem de Alqueva é maior centro electroprodutor do sul do país e a sua reversibilidade permite regularizar também a produção elétrica de fontes renováveis intermitentes (solar e eólica).
Com a presença da água, também o turismo teve um enorme desenvolvimento, especialmente nos concelhos ribeirinhos que ganharam vida com a vizinhança do grande lago.
Ao nível da salvaguarda e da proteção e requalificação ambiental e patrimonial, houve também um trabalho sem paralelo no país e mesmo pouco habitual internacionalmente. Tem-se vindo a proceder a ações de reflorestação e a intervir nas linhas de água para salvaguarda da sua qualidade e dos ecossistemas em presença.
Os estudos levados cabo inicialmente permitiram enriquecer sobremaneira o conhecimento - que ao nível arqueológico e patrimonial possibilitaram “reescrever” a história do Alentejo - e basearam um conjunto de intervenções que ainda hoje são referência, como o desmantelamento e despoluição da unidade da “Portucel Recicla”, o registo e salvamento de espécies na área de inundação da albufeira, o programa de proteção do lince ibérico ou de salvaguarda da águia-de-Bonelli. (...)
Autor: José Pedro Salema
Presidente do Conselho da Administração da EDIA
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