Alterações climáticas e saúde

Entende-se por Alterações Climáticas as diferenças estatisticamente significativas das variáveis meteorológicas, como a temperatura e a precipitação, medidas em diferentes períodos de tempo, normalmente de 30 anos, para a mesma área geográfica. A maior parte do aquecimento desde 1950 tem sido causado pelas emissões de gases com efeito de estufa (GEE), resultantes de atividades humanas, onde se inclui a queima de combustíveis fósseis. Estima-se que o Planeta Terra tenha aquecido cerca de 1º C acima dos níveis pré-industriais, principalmente devido à queima de combustíveis fósseis, à desflorestação e à pecuária, que geram elevadas emissões de GEE.
As Alterações Climáticas (AC) são um dos mais importantes desafios ambientais que as populações irão enfrentar nas próximas décadas, sendo importante compreender como poderão afetar a saúde humana. Os impactos das AC serão concomitantes a outras alterações sociais significativas que se evidenciaram neste período de fim do século XX e início do séc. XXI. “A saúde será a motivação para acelerar e para fazer mais para combater as alterações climáticas, que afetam os pilares da saúde: alimentação, água e qualidade do ar” (OMS).
O relatório do Painel Intergovernamental sobre AC da ONU, tornado público no início de 2022, afirma que as AC estão a afetar a nossa saúde e, “se não controlarmos as emissões de carbono, três quartos da população mundial podem ficar expostos ao stress das temperaturas, até ao ano 2100”. (...)
Por Ana Cristina Marques Guerreiro, médica assistente graduada sénior de Saúde Pública, delegada de Saúde Regional do Algarve e Diretora do Departamento de Saúde Pública e Planeamento da ARS Algarve IP
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