Startup quer 10 mil casas com painéis solares até 2025 em Portugal

  • 06 setembro 2022, terça-feira
  • Energia

A empresa norueguesa Otovo, que iniciou a operação em Portugal na semana passada, estima promover a instalação de painéis solares em dez mil casas até 2025, o que corresponde a 35 megawatts (MW) instalados.

A startup norueguesa de soluções solares residenciais iniciou oficialmente a operação em Portugal, o seu décimo mercado europeu, liderada pelo diretor-geral para Portugal, Manuel Pina, ex-presidente executivo da Uber.

Em declarações à agência Lusa, Manuel Pina disse que a plataforma estima conseguir fazer dez mil vendas, ou novos clientes, dependendo de um de dois modelos que disponibiliza para facilitar a instalação de painéis solares em habitações, até 2025, o que corresponde a cerca de 35 megawatts instalados no mesmo período, um valor expressivo para o mercado residencial.

Para tal, a Otovo funciona como uma plataforma que disponibiliza duas modalidades de aquisição de painéis: um modelo de compra única, em que, por cada instalação, cobra uma comissão sobre o valor total do projeto, ou então – e aqui é que está a novidade – um modelo de subscrição, durante 20 anos, em que o equipamento é instalado sem que o cliente precise de avançar com qualquer investimento, cobrando um valor mensal fixo (sujeito a atualizações com base na inflação).

“Acreditamos que uma das principais armas que as famílias têm para se defenderem do aumento dos custos é produzirem a sua própria energia”, disse Manuel Pina, na sessão de apresentação da empresa.

O objetivo, enfatizou o responsável, é “democratizar o acesso ao autoconsumo, de forma que seja fácil, económico e rápido”.

Assim, na prática, quem estiver a considerar instalar painéis solares em casa tem de introduzir a morada na plataforma e um algoritmo vai determinar qual o melhor sistema para aquela família, com base em fatores como a inclinação do telhado, por exemplo.

Depois, é criado um leilão instantâneo entre todos os instaladores que estão na aplicação, é feita uma proposta ao cliente e, por fim, é escolhido o modelo de pagamento.

Por exemplo, segundo o responsável, uma família de Leiria que já aderiu ao sistema de subscrição e que tinha uma fatura de eletricidade média mensal de 98 euros está já a poupar sete euros por mês, uma vez que a energia solar permite reduzir o valor da fatura para 57 euros, aos quais acrescem 32 euros de subscrição (total de 89 euros por mês).

Adicionalmente, há também a possibilidade de vender à rede o excedente de energia produzida, o que faz aumentar o valor da poupança.

Para já, a plataforma conta com quatro instaladores de painéis nacionais, mas, a nível global, a lista inclui mais de 700 empresas.

Segundo a Otovo, 54 por cento da população portuguesa vive em casas independentes ou geminadas, ou seja, têm controlo sobre o seu telhado, mas apenas 3,5 por cento da energia consumida pelas famílias é produzida em sistemas solares descentralizados da rede.

A empresa tem estado a testar os processos com algumas vendas em Portugal e, com a experiência ainda curta no mercado, concluiu que mais de 75 por cento das vendas são com modelo de subscrição.

Conforme adiantou Manuel Pina, as vendas feitas até ao momento representam uma poupança real e imediata de entre cinco a 20 por cento, dependendo do sistema escolhido.

Globalmente, a Otovo, que está cotada na Bolsa de Oslo, apresentou 80 milhões de euros de receitas no último exercício fiscal e tem como meta alcançar entre 80 mil e 90 mil instalações em 2025.

Até ao final deste ano, a plataforma vai lançar-se em mais três mercados, com a ambição de cobrir 90 por cento do mercado residencial na Europa.

Newsletter Indústria e Ambiente

Receba quinzenalmente, de forma gratuita, todas as novidades e eventos sobre Engenharia e Gestão do Ambiente.


Ao subscrever a newsletter noticiosa, está também a aceitar receber um máximo de 6 newsletters publicitárias por ano. Esta é a forma de financiarmos este serviço.