32% dos resíduos foram parar em aterro em 2017

A Agência Portuguesa do Ambiente divulgou o relatório anual dos Resíduos Urbanos de 2017.

Os dados mostram que 32 por cento dos resíduos tiveram como destino direto o aterro. Se somarmos a estes os que chegam ao aterro por via indireta, ou seja, os refugos e rejeitados dos processos de tratamento, temos um total de 57 por cento de resíduos encaminhados para aterro (a meta para 2020, definida pelo PERSU, é de 35 por cento). Isto significa que há uma percentagem significativa de refugos e rejeitados que não é tratada.

No que respeita ao restante encaminhamento, 28 por cento foi encaminhado para tratamento mecânico e biológico, 21 por cento para valorização energética, 10 por cento para valorização material, 7 por cento para tratamento mecânico e 2 por cento para valorização orgânica.

Produção de resíduos aumentou

Em 2017 a produção de resíduos aumentou 2 por cento face a 2016, tendo o aumento sido verificado quer no continente, quer nas ilhas. Segundo os autores do relatório, este aumento pode estar relacionado com a melhoria das condições económicas em Portugal, o que significa que o objetivo de dissociar a produção de resíduos do crescimento económico não está a ser cumprido.

A produção aumentou, em média, 1 por cento em cada um dos 23 Sistemas de Gestão a operar no país, tendo esse aumento sido de 5 por cento na Algar e de 4 por cento na Amarsul e na Valorsul.

Mais equipamentos não se traduzem em mais recolha seletiva

O relatório demonstra que, apesar do aumento do número de equipamentos de recolha seletiva – ecopontos e ecocentros – esse esforço não se traduziu numa maior quantidade de resíduos recolhidos. Os autores do relatório esperam, por isso, que a definição de uma meta ambiciosa de retomas de recolha seletiva para cada sistema de gestão possa incentivar a deposição seletiva.

Diminuiu a recuperação de recicláveis e aumentou a compostagem

Em 2017 foram recuperadas 512.182 toneladas de resíduos recicláveis, enquanto no ano anterior haviam sido recuperadas 561.214 toneladas. A diminuição resulta de uma menor retoma de recicláveis provenientes de recolha seletiva, além da menor recuperação de recicláveis de Unidades de Tratamento Mecânico.

A produção de composto a partir de Unidades de Valorização Orgânica aumentou e diminuiu ao nível das Unidades de Tratamento Mecânico e Biológico. Ainda assim, o composto produzido em 2017 foi de 59.829 toneladas, face a 59.530 de 2016.

Quer na reciclagem, quer na produção quer na deposição em aterro, Portugal está ainda longe das metas definidas pelo PERSU. 

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