Recuperação, resiliência e opções para uma economia de base natural

  • 01 setembro 2021, quarta-feira
  • Gestão

Da normalização às banalidades

Há cerca de 10 anos, o internacionalmente reconhecido jornalista e colunista do New York Times Thomas Friedman referia-se ao dilema da necessidade da entrada dos Estados Unidos numa ‘Economia Verde’ como sendo, acima de tudo, um problema de perceção do que seria a sua integração silenciosa na economia ‘normal’, com a famosa frase ”You’ll know the green revolution has been won when the word ‘green’ disappears”, ou seja, a revolução será completa quando a palavra ‘verde’ deixar de ser necessária, dada a transformação do business as usual em qualquer coisa nova e plenamente funcional. Porque esse parecia ser então o problema da economia: disfuncional.

Se, por um lado, estaríamos a criar condições de bem-estar, saúde, proteção materno-infantil, acesso energético e a água potável, acesso a nutrientes de qualidade, sociedades mais estáveis e democráticas, por outro lado estaríamos a cavalgar um paradigma de crescimento que seria feito, essencialmente, à custa dos combustíveis fósseis, da utilização de recursos naturais, da expansão para as áreas mais virgens do planeta a expensas da ocupação e destruição dos habitats das espécies selvagens, do uso super intensivo da água dos rios, da sobrecarga da atmosfera com poluentes e gases com efeito de estufa, entre outros problemas.

Fica sempre a amarga sensação de que só podemos elevar a condição humana às custas da condição do planeta e de todos os não-humanos que (ainda) por cá andam. O que é mais crítico é que esta discrepância, entre crescimento económico e degradação ecológica e climática tem-se vindo sistematicamente a agravar, e o que não faltam são milhares de artigos, relatórios e evidências recolhidas por todo o mundo a comprovar isso mesmo.

Numa época em que 99% das empresas e instituições reguladoras falam em ‘sustentabilidade’, onde existem normas, políticas públicas, indicadores internacionais e uma pilha interminável de relatórios de sustentabilidade de entidades de todos os setores possíveis e imaginários, seria de esperar que esta tendência se invertesse, ou, no mínimo, diminuísse de intensidade. Mas não, não é, de todo, isso que verificamos. (...)

Nuno Gaspar de Oliveira, CEO, NBI – Natural Business Intelligence

Artigo completo na Indústria e Ambiente nº129 jul/ago 2021, dedicado ao tema 'Ambiente e recuperação económica: serviços de ecossistemas'

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