Madeira investe 12,7ME no reforço das energias renováveis

  • 09 setembro 2022, sexta-feira
  • Energia

A Empresa de Eletricidade da Madeira (EEM) lançou um concurso para reforçar a utilização das energias renováveis, num investimento de 12,7 milhões de euros no parque eólico do Paul da Serra, anunciou o secretário dos Equipamentos e Infraestruturas, Pedro Fino.

“O que estamos a apresentar hoje é um projeto que, neste momento, está em concurso, que é um investimento de 12,7 milhões de euros que pretende reequipar um parque eólico [do Paul da Serra] que tem cerca de 22 anos e substituir cinco aerogeradores por um”, afirmou Pedro Fino, que visitou o local juntamente com o presidente do conselho de administração da EEM, Francisco Tabuada.

O governante madeirense destacou que a atual “crise energética reforça a importância do investimento que tem sido seguido pelo Governo Regional ao longo dos anos na aposta das renováveis” neste arquipélago.

O responsável do executivo madeirense adiantou que este projeto, que deve ter início no próximo ano e estar terminado em 2024, irá proporcionar uma produção estimada da ordem dos 30 gigawatt-hora por ano e beneficiar cinco mil consumidores da região.

O concurso agora lançado diz respeito ao Parque Eólico Paul I, que tem 22 anos de existência, “está no final de vida útil”, sendo necessário “reequipá-lo só com uma torre que substitui os atuais cinco aerogeradores que vão ser desmantelados”, complementou Pedro Fino.

O secretário destacou que, no atual quadro de crise energética, está a ser feita “uma aposta grande por parte da EEM na produção de energia elétrica, através das renováveis, que está a ser complementado com outros investimentos por parte também na redução do consumo”.

Nesta área, observou que estão a ser desenvolvidos projetos de reabilitação energética no parque habitacional público, referiu.

Também adiantou que, no âmbito do pacote do Plano de Recuperação e Resiliência, está previsto o investimento de 69 milhões de euros, “tendo em conta a potenciação das fontes renováveis, nomeadamente na central hidrelétrica da Calheta e da Serra de Água, com a reinstalação de equipamentos com maior potência, além de intervenções nas duas centrais de baterias no Porto Santo e Madeira.

Pedro Fino mencionou ainda a aposta no desenvolvimento das redes inteligentes associadas à iluminação publica e nos contadores inteligentes.

“É fundamental este tipo de investimentos porque estamos a viver uma crise energética sem precedentes, em que os combustíveis fósseis estão a atingir níveis muito elevados”, argumentou, indicando que “o sobrecusto da EEM na produção de energia elétrica está a ser muito elevado”, nomeadamente, “o esforço de tesouraria este ano”.

Por seu turno, o presidente da EEM, Francisco Tabuada disse que “a renovável eólica anda por volta do 15 por cento da produção total de energia” na região.

“A produção por fontes renováveis em 2021 atingiu 32,6 por cento e, com a entrada em serviço da nova central hidroelétrica da Calheta, a perspetiva é que esse valor aumente e chegue aos 40 por cento. Mas, isso dependerá dos recursos naturais que tivermos durante o ano, nomeadamente da chuva”, realçou.

Segundo este responsável, no primeiro trimestre deste ano, na Madeira, “verificou-se que o recurso natural vento foi muito grande, na ordem dos 47 por cento”, o que representa que houve um “aumento da energia renovável eólica enquanto a energia de origem hidroelétrica baixou bastante”.

“Apesar dos investimentos em termos de potência que se colocam aqui, quer na eólica, quer nas hidroelétricas, serem investimentos avultados, o Governo [da Madeira] faz questão, neste momento difícil, de imprimir ainda com mais força, isso não significa que a energia no fim do ano seja correspondente”, ressalvou Francisco Tabuada.

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