LED pode ter efeitos nefastos sobre microrganismos de água doce

Um estudo feito no Westhavelland Nature Park, em Brandeburgo, na Alemanha, mostrou que a utilização de luz LED branca reduziu em 62 por cento o perifíton num curso de água doce naquele parque.

Não é a primeira vez que são apontados efeitos prejudiciais a este tipo de iluminação, quer para animais quer para a própria saúde humana. Os impactos nos ecossistemas de água doce não são tão conhecidos, mas com cerca de 80 por cento da população mundial a viver num raio de 3 km em relação a cursos de água doce, a suscetibilidade é expectável.

Já foram estudados os efeitos da iluminação de rua e poluição luminosa no ambiente, o que permitiu perceber que a iluminação de rua interfere com a abundância de plantas, herbívoros e predadores.

Neste caso, o objetivo foi estudar o impacto da transição de lâmpadas de vapor de sódio para luz LED branca nos microrganismos de água doce. Foi usada iluminação LED e de vapor de sódio à noite para mimetizar o efeito da iluminação de rua. Os efeitos do LED na biomassa e composição dos pigmentos do perifíton foram gravados.

Os efeitos da iluminação LED foram medidos durante 13 semanas, com amostras de perifíton retiradas do local de intervenção e de dois locais de controlo sem iluminação LED. As lâmpadas de vapor de sódio foram usadas em 2014 e as LED em 2015.

Foram usados substratos para permitir o crescimento do perifíton, que foi depois retirado. Sob o efeito da iluminação de vapor de sódio não se registaram alterações na biomassa ou na composição das espécies. Já a iluminação LED levou a uma redução da biomassa em 62 por cento.

Os investigadores chamaram a atenção para o impacto na base do ecossistema, que produz alimento para os níveis superiores. Esta investigação poderá ainda abrir caminho para a redefinição de políticas europeias sobre o planeamento da iluminação LED e os respetivos limites.

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