Estradas aumentaram 364% e ferrovias diminuíram 18% em Portugal

  • 20 setembro 2023, quarta-feira
  • Gestão

Portugal aumentou a sua rede rodoviária em 2 378 quilómetros (364 por cento), entre 1995 e 2018, enquanto a ferroviária diminuiu 18 por cento, segundo um estudo divulgado pela organização não-governamental (ONG) ambiental Greenpeace.

No mesmo período – que inclui dados comparáveis em toda a Europa –, Portugal investiu mais do triplo em estradas do que em ferrovias: 23,4 mil milhões de euros face a 7,7 mil milhões.

A ONG destacou ainda que, apesar dos alertas sobre as alterações climáticas e as suas consequências desde 1990, os países da Europa analisados (UE, Noruega, Suíça e Reino Unido) mantiveram o foco do investimento na extensão da rede viária (1,5 biliões de euros), em detrimento do comboio (930 mil milhões nas ferrovias), numa diferença de 66 por cento entre as duas opções.

Entre 1995 e 2018, Portugal apresentou o terceiro maior crescimento, em termos absolutos, da extensão de autoestradas na Europa, a seguir à Espanha e à França. No que se refere à redução da rede ferroviária, Portugal teve a terceira maior, depois da Letónia e da Polónia.

A ONG salientou que, desde 1995, o número de passageiros nos comboios portugueses tem descido e oito linhas (num total de 460 quilómetros) foram desativadas, afetando um número estimado de cem mil pessoas.

Do lado positivo, a Greenpeace aplaude a criação do novo passe ferroviário nacional que permite, desde 1 de agosto, que um passageiro viaje — por 49 euros — nos comboios regionais em todo o território nacional (não sendo aplicável aos comboios inter-regionais e urbanos).

A organização ambientalista insistiu também na necessidade de apostar nas ligações entre Portugal e Espanha, nomeadamente Lisboa-Madrid, lembrando que apenas existe um comboio direto entre Porto e Vigo.

Em vésperas do Conselho de ministros dos Transportes da UE (nos dias 22 e 23), a Greenpeace apela aos governos “para que corrijam a sua incapacidade histórica de incentivar os comboios em vez dos transportes privados movidos a petróleo e para que deixem de encerrar estações ferroviárias regionais, reabram infraestruturas ferroviárias desativadas e transfiram maciçamente o financiamento dos transportes rodoviários e aéreos para os caminhos-de-ferro, a fim de garantir a redução das emissões de gases com efeito de estufa e a igualdade de acesso à mobilidade sustentável para todos”.

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