Desafios da transição energética nos transportes e mobilidade

É do conhecimento geral que a mobilidade desempenha um papel crucial no desenvolvimento e no funcionamento de sociedades modernas, ao possibilitar a conexão entre pessoas, lugares e oportunidades, impulsionando a atividade e o desenvolvimento económico. A forma como a procura de mobilidade sempre foi (e ainda é) efetuada resultou em elevadas emissões de gases de efeito estufa (GEE) e de poluentes atmosféricos devido, no essencial, a alta ineficiência na utilização e, principalmente, do tipo de recursos usados (i.e. combustíveis fósseis).

O setor dos transportes é o principal responsável pelas emissões de GEE nacionais. Acresce que se se incluir a sua influência a montante, por exemplo, considerando toda a atividade de refinação de produtos petrolíferos induzida pelas necessidades de consumo dos transportes, pode-se então considerar como o setor com maior relevância na descarbonização de todo o setor energético. Esta influência indireta também se verifica quando se perspetivam as transformações necessárias no setor. As necessidades acrescidas de eletricidade para abastecimento de veículos elétricos ou necessidades de implementação de novas indústrias de produção de hidrogénio ou, ainda, de combustíveis sintéticos para abastecer aeronaves são demonstrações da relevância que o setor tem para a configuração do sistema energético nacional.

É, assim, essencial ter em vista que a descarbonização do setor dos transportes apresenta claros desafios diretos e possíveis impactes em toda a sua cadeia de influência.

Apesar da contribuição ainda significativa, o setor dos transportes tem demonstrado uma tendência decrescente na quantidade de energia consumida por unidade de atividade económica. Este indicador, apesar de limitações de aplicação, reflete ganhos de eficiência nos anos mais recentes, apesar de o consumo de energia total demonstrar um aumento de 8 % desde 2015. (…)

Por Luís Pereira Dias, investigador na Faculdade Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e CENSE, Hugo Tente, investigador na Faculdade Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e CENSE, e Joana Monjardino, técnica superior no Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente da Faculdade Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa

Artigo completo na Indústria e Ambiente nº140 mai/jun 2023, dedicada ao tema 'Energia e Mobilidade'

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