Carbon Farming - Mais uma buzzword?
Os tempos são instáveis. A instabilidade é a nova ordem das “coisas”. A inflação é a maior dos últimos 30 anos, existe guerra na Europa e as alterações climáticas (AC) estão permanentemente nas notícias. Também se sente o ativismo climático e ambiental a ganhar mais protagonismo na imprensa. Existem cada vez mais peças noticiosas que cobrem a produção alimentar e, recentemente, talvez relacionado com a realização da Conferência das Partes no Egipto (COP 27), existem ativistas climáticos que exigem o fim dos combustíveis fosseis e danificam obras de arte de valor incalculável, e estudantes que fazem greve e fecham escolas, sempre com o intuito de chamar a atenção para o problema central que são as AC.
Independentemente do ciclo de notícias, que muda a grande velocidade, o tema central das AC é ubíquo, está presente nas notícias e nas redes sociais, na política e no dia a dia. No setor agrícola, também as AC têm um lugar de destaque a vários níveis. Em primeiro lugar, num nível macropolítico, a PAC 2023-2027 (Política Agrícola Comum), da União Europeia, assume o objetivo geral de apoiar a proteção do ambiente e a luta contra as alterações climáticas e contribuir para a consecução dos objetivos da UE relacionados com o ambiente e o clima. Este objetivo está integrado no Pacto Ecológico Europeu que, por sua vez, tem a ambição de tornar a Europa o primeiro continente com impacto neutro em carbono em 2050.
Também ao nível do território, a agricultura e as AC são tema recorrente, principalmente com o problema dos Incêndios Rurais e as discussões que envolvem a gestão e o uso da água (ou falta dela) de norte a sul de Portugal. Por último, e como não poderia deixar de ser, a centralidade das AC e a agricultura manifesta-se ao nível dos sistemas agrícolas, onde os agricultores, apesar de serem os protagonistas, porque a escolha de cada modelo depende de si, são pressionados pelos consumidores, que manifestam as suas preferências e preocupações, refletindo, dessa forma, uma nova pressão à mudança que no passado não existia. (...)
Por Bruno Caldeira, diretor de Novos Negócios da Consulai; engenheiro Florestal e dos Recursos Naturais
Artigo completo na Indústria e Ambiente nº137 nov/dez 2022, dedicada ao tema 'Agricultura – eficiência e contributo ambiental'
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