Sistemas hidroagrícolas do barlavento algarvio “totalmente pressurizados” até 2026

  • 03 maio 2022, terça-feira
  • Água

Os dois sistemas de aproveitamento hidroagrícola do barlavento (oeste) algarvio deverão ficar totalmente pressurizados até 2026, o que evitará a perda anual de milhões de metros cúbicos de água, disse à agência Lusa o diretor regional de Agricultura do Algarve, Pedro Valadas Monteiro.

“Neste momento, decorrem as obras do sistema que abastece o perímetro de rega de Silves, Lagoa e Portimão – com conclusão dos trabalhos prevista para 2023 –, enquanto o projeto do sistema do Alvor está em fase de lançamento do caderno para se avançar para o procedimento concursal”, referiu Pedro Valadas Monteiro.

De acordo com o diretor regional de Agricultura e Pescas do Algarve, os trabalhos de isolamento e de pressurização dos dois sistemas “vão reduzir substancialmente o volume de água que se perde entre as barragens e as explorações agrícolas”, calculado em cerca de sete milhões de metros cúbicos anuais.

“No perímetro de rega de Silves, Lagoa e Portimão, um sistema muito antigo, foi feita uma intervenção de fundo que deverá ficar concluída no próximo ano. Todos os blocos estão pressurizados, o que vai fazer com que as perdas não cheguem a zero, porque isso é impossível, mas vão reduzir-se substancialmente”, assegurou.

Segundo Pedro Valadas Monteiro, os trabalhos para a modernização do sistema hidroagrícola do Alvor, que rega a partir da barragem da Bravura, “só deverão começar em 2023 e terminar em 2026, estando o projeto em fase de preparação”.

“É o sistema que está em pior estado, pois é muito antigo e não tem tido, praticamente, obras nenhumas. Estamos em fase de lançamento do caderno para o procedimento concursal para se avançar para o projeto, pois esperamos ter o mais rapidamente possível as obras neste aproveitamento”, sublinhou.

O sistema do Alvor, destinado à rega agrícola, campos de golfe, jardins e abastecimento público, abrangendo uma área de 1.800 hectares de explorações e 937 beneficiários é, segundo Pedro Valadas Monteiro, “o que causa maior preocupação”.

“É uma zona onde tem chovido menos e um problema que está a afetar a agricultura, a rega dos campos de golfe e o consumo público”, sublinhou aquele responsável.

De acordo com os dados do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH), no final de março, a bacia da barragem da Bravura registava um volume de água armazenada de 14,9 por cento dos 34 milhões de metros cúbicos da sua capacidade total.

O baixo volume de água e a ausência de chuva levou o Governo a restringir, no início de fevereiro, o uso da água da barragem da Bravura para rega, sendo apenas permitida a captação para consumo público.

Para minimizar a perda de água no sistema hidroagrícola do Alvor, a Associação de Regantes e Beneficiários está a proceder à impermeabilização e isolamento das fissuras nos canais condutores numa extensão de cerca de dez quilómetros.

“É uma intervenção de curto prazo para fazer a impermeabilização da parte inicial do canal onde existem maiores perdas de água, mas o problema só vai ficar resolvido quando se conseguir fazer em Alvor o mesmo que se fez em Lagoa, Silves e Portimão ou seja, passar de canal em céu aberto para o sistema em tubagem pressurizado”, concluiu Pedro Valadas Monteiro.

As empreitadas dos sistemas hidroagrícolas do barlavento do Algarve têm um investimento estimado de 35 milhões de euros, dos quais, 27 milhões de euros para o perímetro Silves, Lagoa e Portimão, e cerca de oito milhões de euros no de Alvor.

As verbas são asseguradas pelo Programa de Desenvolvimento Regional e pelo Plano de Recuperação e Resiliência, respetivamente.

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