Relatório visa ajudar a conservar a biodiversidade nos pinhais

Fotografia: Elina Volkova_Pexels

Um relatório divulgado pelo Centro PINUS indica que existe muito potencial, ainda pouco explorado, para aliar a conservação e promoção da biodiversidade à gestão com vista à produção de madeira e produtos não lenhosos de pinho.

O relatório “ECOPINE|BIO – Síntese do conhecimento sobre biodiversidade em pinhal-bravo”, coordenado pela investigadora Paula Maia, da Universidade de Aveiro, é a primeira publicação resultante do Projeto ECOPINE, criado pelo Centro PINUS para caracterizar o pinhal como fornecedor de Serviços do Ecossistema.

Segundo o Centro PINUS, a informação contida no documento suporta que o pinhal “tem um grande potencial como fornecedor de serviços de biodiversidade, o que se pode refletir quer em políticas públicas de apoio a certas tipologias de pinhal quer no enquadramento destes nos mercados voluntários emergentes”.

Em declarações à agência Lusa, a investigadora Paula Maia, disse que apesar de ser dominado pela mesma espécie, o pinhal “assume várias tipologias que apresentam características de habitat que podem promover a conservação da biodiversidade”.

“O facto de existir mais do que uma espécie de árvore no pinhal, o que pode estar associado à falta de gestão, pode ser uma característica importante para vários grupos de animais que utilizam a floresta em vários estratos”, disse a investigadora do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro.

Paula Maia defende que é possível criar dentro da floresta de produção “zonas em que a biodiversidade está a ser o primeiro objetivo”, dando como exemplo a manutenção de algumas clareiras dentro dos pinhais, seja por gestão ativa ou pelo facto de o local não ser apto para plantar de uma forma mais densa.

“Isso é uma boa maneira de manter elevados níveis de biodiversidade de plantas, de insetos, de fungos, de anfíbios, nomeadamente se houver clareiras próximas de linhas de água”, afirmou, concluindo que uma gestão otimizada da floresta de pinhal não coloca em causa a conservação da biodiversidade, uma vez que ambos os objetivos podem ser conciliados.

O relatório pode ser consultado na íntegra aqui.

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